Policias militares amarraram as mãos e os pés de um homem em situação de rua na Vila Mariana, em São Paulo (SP), na madrugada de segunda-feira (5). A pessoa foi levada até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em situação humilhante.
Vídeos mostram os policiais arrastando o homem pelo chão sem nenhum remorso e colocando-o numa maca de maneira violenta. O homem geme enquanto um PM o carrega pelo corredor do UPA, parecendo sentir dor. Não se sabe a motivação que levou os policiais a deterem e amarrarem o homem.
“Calma, tô colaborando, tô colaborando”, diz o homem repetidas vezes, a fim de não ser castigado pelos policiais.
O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, compartilhou um vídeo da situação em suas redes sociais e questionou: “A escravidão foi abolida?”
Assista:
Abordagem da PM com um irmão em situação de rua na UPA Vila Mariana . A escravidão foi abolida ? pic.twitter.com/okrwGju1hh
— JULIO LANCELLOTTI (@pejulio) June 6, 2023
Usuários das redes sociais também questionam a ação da polícia no caso:
Pessoas em situação de rua são constantemente abordadas de forma violenta pela polícia e vítimas de torturas por sua posição social vulnerável. A violação dos direitos dessas pessoas é invisibilizada: além de serem ignoradas pelo Estado, são também marginalizadas pelos cidadãos. A cartilha ‘Violência a moradores de rua no contexto paranaense’ aborda a problemática envolta do assunto:
“O desinteresse do Estado pelos moradores de rua sejam eles as pessoas que ficam, estão ou são da rua, reflete a contradição com que a sociedade e a opinião pública tratam o tema, ora com voluntarismo, preocupação humanitária e até assistencialismo, ora com repressão, preconceito e indiferença. O sentimento contraditório do cidadão comum tem alimentado iniciativas dirigidas à população em situação de rua, na área da Segurança Pública”, diz o documento.
Segundo a última pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de 2020, o número de pessoas vivendo nessa circunstância é exorbitante: 222 mil estão em situação de rua. As informações são da Revista Fórum.