O namorado da mulher suspeita de queimar parte do corpo da filha de dois meses disse, nesta sexta-feira (7), que pretende realizar um teste de paternidade para saber se é mesmo o pai da criança, e em seguida buscar a guarda da bebê.
O homem alega que após ter sido procurado pela mulher, que apontou que ele seria o pai da criança, teria descoberto que a criança já tinha uma documento de registro, onde constava o nome de outro homem como pai. Durante a ação que resultou na queimadura da criança, o namorado da mulher também foi atingido pela água fervente e ficou ferido.
A Justiça da Bahia enviou ofício ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) para que o órgão participe da decisão sobre a guarda da menina, que vivia com a mãe e o homem no bairro de Paripe, em Salvador.
A suspeita teve a prisão convertida em liberdade provisória com restrições, após audiência de custódia realizada na quinta-feira (6). Ela vai usar tornozeleira eletrônica e terá restrições para sair de seu domicílio.
Veja abaixo o que a mulher terá que cumprir:
tornozeleira eletrônica;
aparecer em juízo a cada dois meses;
não pode ficar na mesma casa que a menina;
tem que ficar em casa entre 22h e 6h;
não pode sair de Salvador;
manter o tratamento psicológico no CAPS.
Segundo a Polícia Civil, o casal teve uma briga e, por isso, a mulher jogou água fervente contra o rapaz, enquanto ele segurava no colo o bebê, que segundo informações passadas para a polícia seria fruto da relação dos dois.
Um mototaxista que passava pelo local levou a menina à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paripe. Em seguida, ela foi transferida para o Hospital Geral do Estado (HGE), que tem unidade especializada para atender queimados.
De acordo com a Polícia Civil, a menina sofreu queimaduras de segundo grau, principalmente nas costas, e o quadro de saúde é considerado delicado, porém, estável. O homem teve ferimentos leves e foi liberado após receber atendimento médico.
Ainda conforme a polícia, o namorado da suspeita disse que ela tem três filhos, contudo, ele é pai somente do bebê. As outras crianças têm 7 e 4 anos de idade.
O que diz a defesa da suspeita
A defesa da suspeita afirma que ela apresenta um histórico de síndrome do pânico e depressão pós-parto após o nascimento do segundo filho, além de ser paciente no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) há mais de dois anos. Um laudo médico comprovou o estado de saúde dela.
De acordo com a defesa da suspeita, a mulher esquentou água para tomar banho quando o namorado iniciou uma briga por ciúmes em relação a um ex-companheiro. Em seguida, ela teria sido agredida com uma sequência de murros na cabeça.
A defesa da suspeita informou ainda que a mulher jogou a água quente nele, na intenção de se defender. No entanto, o homem teria usado a filha como escudo. Ela só teria percebido após arremessar a água.
O que diz o namorado
A versão da defesa da suspeita difere do relato do namorado. O homem afirmou que a mulher começou a briga, teria batido nele e feito ameaças com uma faca.
“Pegou uma faca, disse que ia me esfaquear e ia pisar na cabeça da criança. Nem eu, nem ela ia ficar com a criança”, disse o homem, que preferiu não revelar a identidade.
Em seguida, conforme o homem, a mulher pediu para ele tirar a menina do quarto, para não viciar a menina em dormir na cama do casal. Após ele negar o pedido, ela teria ficado com raiva e jogado a água quente nos dois.
O homem afirma que ela viu que a criança estava com ele. “Ela estava do meu lado, quietinha, quase dormindo. Ela com raiva, com ciúmes da criança, jogou água em mim e na criança”, afirmou o namorado da suspeita. As informações são do G1.