Um dos alvos da Polícia Federal na operação desta sexta-feira (11), o advogado Frederick Wassef, que representa interesses da família Bolsonaro, foi escalado para ir aos Estados Unidos recuperar um relógio Rolex Day-Date 18946, produzido em ouro branco e vendido ilegalmente pelo tenente-coronel Mauro Cid.
Cid trabalhava como ajudante de ordens da Presidência quando vendeu o Rolex que Bolsonaro ganhou em outubro de 2019, durante visita oficial à Arábia Saudita. O relógio deveria pertencer ao acervo presidencial, por se tratar de um presente de Estado, mas foi comercializado por Cid em junho de 2022, com a loja Precision Watches, situada na cidade de Willow Grove, na Pensilvânia (EUA). A venda do acessório rendeu R$ 346.983,60.
Em março deste ano, preocupados com a possibilidade de o relógio ser requisitado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Wassef se juntou a Cid e a Osmar Crivelatti, atual assessor de Bolsonaro, para recuperar o acessório. Cid, em troca de mensagens, encaminha um link em que a Precision Watches anuncia o relógio em questão para venda.
No dia 11 de março, Wassef embarcou em Campinas, no interior de São Paulo, rumo a Fort Lauderdale, na Flórida. A Polícia Federal afirma que o advogado recuperou o relógio no dia 14, e retornou para o Brasil com o acessório em 29 de março. Cid, que viajara aos EUA para recuperar outras joias vendidas ilegalmente, encontrou Wassef no dia 2 de abril para reaver o relógio.
O ex-ajudante de ordens regressou para Brasília no mesmo dia e entregou o Rolex para Crivelatti, tido como braço-direito de Cid desde o período em que trabalharam na Presidência. O Rolex foi devolvido com outras joias no dia 4 de abril, em uma agência da Caixa Econômica Federal.
Trocas de mensagens no WhatsApp indicam que outro advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, tinha ciência que Wassef foi para os EUA recuperar o Rolex. A PF diz que Wassef pode ter cometido os crimes de peculato e de lavagem de dinheiro ao participar do esquema fraudulento. Jornal da Chapada com informações do Metrópoles.