O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo Lula, general Gonçalves Dias, está agendado para prestar depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas no dia 31 de agosto. A informação foi confirmada nesta terça-feira (22) pela assessoria do presidente da CPMI, o deputado federal Arthur Maia (União-BA). O requerimento para convocação do ex-ministro foi aprovado no dia 20 de junho.
Embora a oitiva de G. Dias seja uma das principais demandas da oposição, o depoimento do ex-ministro do GSI já estava programado no plano de trabalho da relatora, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA). O G. Dias renunciou ao cargo no GSI depois que imagens dele dentro do Palácio do Planalto no dia da invasão de 8 de janeiro deste ano foram divulgadas.
A divulgação dessas imagens levou o governo a apoiar a criação da CPMI, com o objetivo de, segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, impedir que a oposição transferisse a responsabilidade pelos atos golpistas para o governo federal.
De acordo com a argumentação de deputados e senadores da oposição, o ex-ministro G. Dias poderia ter se omitido durante a invasão do Palácio do Planalto. O ex-ministro já prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal em junho, onde negou as acusações de omissão ou conivência.
Eu estava desarmado e vestindo roupas civis, tendo saído de casa sem esperar encontrar tal situação. Foquei em remover rapidamente os vândalos do palácio [Palácio do Planalto], preferencialmente sem incidentes violentos. Ordenei que as prisões fossem realizadas no segundo andar. Cuidei pessoalmente para manter o gabinete do presidente da República inviolado.
Impasse adia reunião da CPMI desta semana
Em razão da falta de consenso entre os parlamentares da base governista e da oposição em relação à votação de pedidos de quebras de sigilo e convocações de indivíduos, a reunião da CPMI dos Atos Golpistas prevista para esta quarta-feira (23) foi adiada para próxima semana.
A decisão foi tomada pelo presidente do colegiado, deputado Arthur Maia, nesta terça-feira (22). Ele comentou que durante uma reunião preliminar, as tensões entre os parlamentares se intensificaram significativamente, o que impossibilitou a alcançar um acordo satisfatório.
A imprensa não teve permissão para participar da reunião, mas há relatos de que foi possível ouvir vozes exaltadas dos parlamentares em diversos momentos. As informações são da Revista Fórum.