As belezas naturais do Parque Nacional da Chapada Diamantina atraem milhares de pessoas o ano todo, mas antes de se aventurar nas trilhas, é crucial estar atento às questões de segurança. De janeiro a agosto de 2023, o Corpo de Bombeiro Militar de Itaberaba (11° BBM-BA) atendeu a 22 ocorrências envolvendo pessoas nas trilhas da região chapadeira.
Entre essas ocorrências, algumas envolviam lesões e traumas que exigiram resgate, incluindo o apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar da Bahia (GRAER/PMBA). Outras situações envolviam pessoas que se perderam nas trilhas, como foi o caso da turista e advogada Ana Paula Simões, de 27 anos. Ela e suas amigas se aventuraram na trilha da Serra do Sincorá, no município chapadeiro de Mucugê, e só depois de quase três horas perceberam que estavam perdidas.
Ana relatou que não conhecia o local, mas confiava que suas amigas, que já haviam visitado a Chapada Diamantina várias vezes, conseguiriam navegar na trilha sem um guia, no entanto, após andarem muito, perceberam que não sabiam onde estavam e como sair dali. “Eu só percebi que ninguém conhecia o lugar após rodar e parar na mesma bifurcação várias vezes. É muito fácil se perder porque tem vários caminhos que se cruzam”, explicou a turista.
Um guia turístico local, Caio Almeida, explicou que a natureza na região chapadeira está em constante transformação, tornando a presença de um guia especializado fundamental. Ele destacou que os guias conhecem todos os caminhos, sabem como se locomover e como agir em emergências, mesmo com recursos limitados.
“O turista chega aqui achando que conhece o local porque já veio algumas vezes, mas a trilha muda o tempo todo. Pode surgir uma colmeia que não existia antes ou o local que era de fácil acesso, criar limo e ficar escorregadio, por exemplo. Por isso, conhecer a região não significa saber guiar a trilha. A natureza está em constante mudança e nós [os guias] conhecemos todos os caminhos, sabemos como nos locomover e o que fazer numa situação de emergência, mesmo com pouco recursos, porque somos treinados para isso”, afirmou o guia da Associação dos Condutores e Guias de Lençóis (ACVL).
Felizmente, o grupo de Ana Paula não terminou em uma tragédia, pois seus celulares estavam carregados e havia sinal de internet e operadora. Elas foram resgatadas no final da tarde, por volta das 17h.
“Conseguimos entrar em contato com o guia que tínhamos fechado o passeio do dia seguinte e ele foi a ponte para que outros dois guias fossem nos regastar, já aquele que tínhamos entrado em contato estava em passeio com outro grupo. O único receio que tivemos foi de escurecer antes do resgate chegar”, disse a turista.
Os guias turísticos da região estão preparados para agir em caso de emergência, incluindo atendimento médico e a capacidade de buscar ajuda sem o uso de celular. Eles conhecem profundamente a região chapadeira e estão bem treinados para garantir a segurança dos visitantes. Jornal da Chapada com informações do BNews.