Um incêndio florestal de grande extensão atingiu o município de Palmeiras na manhã do último sábado (30). No Vale do Capão, onde a situação foi mais alarmante, as chamas chegaram a durar mais de 48 horas e a destruir mais de mil hectares no Parque Nacional. Brigadistas voluntários atuaram no combate ao fogo, que só foi extinto com a chegada de uma forte chuva na região.
Na comunidade do Riachinho, a propagação acelerada das chamas deixou os moradores locais apreensivos diante da magnitude do incêndio, que se aproximou de áreas residenciais e devastou uma extensão de 676 hectares. Na região conhecida como ‘Bomba’, o fogo também se alastrou, consumindo aproximadamente 237 hectares de terra.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam que mais de mil hectares foram destruídos devido à proporção e rapidez do incêndio. A medição foi realizada pelo satélite às 14h do dia 31 de dezembro; no entanto, como, naquele momento, as chamas ainda não estavam controladas, os números da devastação foram consideravelmente maiores.
Um avião Air Tractor, enviado no último domingo (31) para combater o incêndio, errou o alvo. Brigadistas voluntários da Brigada do Capão e do ICMBio enfrentaram dificuldades para conter as chamas, devido à falta de apoio do governo estadual e da Secretaria de Meio Ambiente de Palmeiras, que, mesmo notificadas, não adotaram medidas eficazes contra o crescente fogo.
Homero Vieira, renomado brigadista da CIFA, destacou que, mesmo sem o suporte das autoridades e a falta de equipamentos de proteção adequados, os brigadistas desempenharam papel crucial no combate às chamas. Ele ainda explicou que o fogo só foi controlado com a chegada de uma intensa chuva na região.
As altas temperaturas, aliadas à prática ilegal de queimadas na Chapada Diamantina, têm desencadeado um notável aumento nos registros de incêndios na região. Somente nos últimos meses, as chamas já devastaram a vegetação de municípios como Barra da Estiva, Mundo Novo, Morro do Chapéu, Andaraí e Rio de Contas.
Vale ressaltar que a população desempenha um papel crucial no combate aos incêndios florestais, podendo contribuir denunciando queimadas ilegais, evitando acender fogueiras e descartar maços de cigarro em áreas arborizadas.
Jornal da Chapada