O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está menos apavorado com a possibilidade de ser preso neste momento do que no começo do ano, quando dormiu por duas noites na Embaixada da Hungria. Pelo menos é o que revelaram seus auxiliares à coluna de Bela Megale, no Globo.
Pertinente ou não, a possibilidade de prisão, segundo o núcleo bolsonarista, diminuiu por conta da pretensa boa vontade da Justiça com a cassação do senador Jorge Seif (PL-SC).
O relator do caso de Seif, o ministro Floriano de Azevedo Marques, defendeu converter o julgamento em diligência, a fim de complementar a coleta de provas.
“Dadas as consequências graves de uma Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral), a prova a embasar a decisão condenatória não pode ser aquela que torna apenas plausível a tese ventilada pelo representante. Há que se ter uma prova consistente”, afirmou ele.
Condescendência ou rigor?
O fato, no entanto, ao invés de sinalizar condescendência com o senador – e consequentemente com o bolsonarismo de maneira geral – pode ser excesso de rigor mesmo. Tanto Seif quanto o ex-presidente só sofrerão sanções quando todos os recursos estiverem esgotados. E também, o que é ainda pior, quando todas as provas tiverem sido devidamente levantadas.
No caso de Bolsonaro, o que parece ter mesmo o maior potencial para levá-lo à cadeia é a sua participação e liderança na tentativa de golpe de Estado, com ampla participação de seus auxiliares, entre eles diversos militares que fizeram parte de seu governo.
O relatório completo da Polícia Federal (PF) sobre o caso deverá ser entregue ao ministro Alexandre de Moraes em junho. Já a conclusão do inquérito que investiga o recebimento e a venda ilegal de joias da Arábia Saudita e outros presentes que pertencem ao acervo da Presidência deve ser entregue neste mês.
Trocando em miúdos, Bolsonaro só será preso quando o STF tiver em mãos provas contundentes contra ele. E, ao que tudo indica, segundo comentários de quem teve acesso aos inquéritos, elas existem de sobra. As informações são do site Revista Fórum.