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#Vídeo: Eduardo Leite culpa “redes sociais” após fala sobre “outras agendas” de seu governo

O governador do RS, Eduardo Leite, em entrevista ao "Roda Viva" | FOTO: Reprodução/TV Cultura |

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez mais uma declaração desastrosa sobre as ações de prevenção que não foram tomadas pelo seu governo diante do colapso climático no estado. Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite da segunda-feira (20), o tucano culpou “o mundo das redes sociais” e as “manchetes” pela repercussão negativa de uma fala que havia feito em outra entrevista.

À Folha de S. Paulo, Leite havia afirmado que seu governo ignorou alertas e estudos que, antes da atual tragédia das chuvas, já apontavam um desastre climático iminente, pois seu governo teria “outras agendas”. No “Roda Viva”, então, a jornalista Kelly Matos, da Rádio Gaúcha, questionou o governador que “outras agendas” seriam essas, visto que uma declaração do tipo, segundo ela, “toca de uma maneira muito difícil” a população afetada.

“Que outras agendas são mais importantes? Gostaria que o senhor pudesse nos explicar”, solicitou a repórter.

Eduardo Leite, ao responder, fez mais uma declaração desastrosa, tentando se isentar da culpa pela repercussão negativa de sua resposta sobre “outras agendas” e responsabilizando as redes sociais e manchetes jornalísticas. De acordo com o governador, sua culpa se limita ao fato de “talvez não ter se expressado bem”.

“Agradeço a sua pergunta porque dá a oportunidade de esclarecer, em virtude, inclusive, de a gente ter no mundo das redes sociais… Eu digo que fake news não é só mentir deliberadamente. Faz parte das fake news também, e da desinformação, as manchetes e os recortes que se fazem para as redes sociais para conseguir cliques, curtidas, compartilhamentos que mobilizam nas redes. Talvez, a culpa de eu não ter me expressado bem”, disparou.

“Que fique claro: nós temos uma série de pautas com as quais o governo tem que lidar. A do meio ambiente, sem dúvida nenhuma, uma importantíssima, sobre a qual o governo também atua. De setembro para cá e antes mesmo disso. Mas é importante lembrar o contexto em que o governo do Rio Grande do Sul opera (…) Esses heróis que atuam na defesa civil, nos bombeiros, há três anos estavam com os salários atrasados”, prosseguiu, na tentativa de elencar quais seriam as “pautas prioritárias” que fizeram seu governo ignorar os alertas climáticos.

ASSISTA O VÍDEO:

Alertas ignorados

Usando os veículos da mídia liberal para atacar o ministro Paulo Pimenta, a que se referiu como “preposto de Lula”, Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, cometeu um deslize e confirmou que ignorou estudos sobre mudanças climáticas nos últimos anos, que alertavam para uma tragédia no estado.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Leite foi indagado se “se preparou mal para lidar com as enchentes”, enquanto estudos apontavam possibilidade de chuvas torrenciais no Estado. Na resposta, o tucano confirmou que recebeu alertas, mas os ignorou porque tinha “outras pautas e agendas”.

“Bom, você tem esses estudos, eles de alguma forma alertam, mas o governo também vive outras pautas e agendas”, disse, usando como justificativa o endividamento do Estado.

“A agenda que se impunha ao estado era aquela especialmente aquela vinculada ao restabelecimento da capacidade fiscal do estado para poder trabalhar nas pautas básicas de prestação de serviços à sociedade gaúcha”, emendou.

Sem citar em nenhum momento o termo “mudanças climátias”, tanto na entrevista à Folha, como na concedia ao O Globo, o governador gaúcho negou que seja um negacionismo climático afirmando que “tem essa consciência”.

Leite ainda minimizou a “boiada” que passou, ao ao realizar 480 mudanças na legislação ambiental do Estado, permitindo uso de áreas de preservação e afrouxando a fiscalização sobre atividades com alto poder de degradação.

“Acabaram com a legislação ambiental? Não, aprimoramos, modernizamos, ajustamos e até endurecemos em muitos pontos”, disse, na resposta em tom neoliberal sobre o tema. As informações são do site Revista Fórum.

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