A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (23) a 27ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro. Além de mandados de busca e apreensão, os agentes focam em dois mandados de monitoramento eletrônico, sobre o uso de tornozeleira de investigados pelos crimes.
A ação acontece dias após ser revelado que pelo menos 10 bolsonaristas condenados ou investigados pelos atos golpistas quebraram o aparato e fugiram do Brasil.
“Ao todo, estão sendo cumpridos 20 mandados judiciais (18 mandados de busca e apreensão e 2 de monitoramento eletrônico – tornozeleira eletrônica), expedidos pelo Supremo Tribunal, nos Estados de Paraná (7), Goiás (1), Mato Grosso (1), São Paulo (7) e Rondônia (2)”, diz a PF em nota.
Os mandados determinaram a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 quarenta milhões.
Segundo a PF, os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
“As investigações continuam em curso, e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas”, diz a nota.
Tornozeleiras
Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que promoveram o quebra-quebra na Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 estão quebrando as tornozeleiras eletrônicas e fugindo do país ao terem a liberdade provisória decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Levantamento feito por Eduardo Militão no portal Uol, divulgado nesta terça-feira (14), revela que ao pelo menos 10 bolsonaristas condenados ou investigados pelos atos golpistas quebraram o aparato e fugiram do Brasil.
Moraes tem colocado alguns dos golpistas em liberdade provisória, condicionada ao uso da tornozeleira e à entrega do passaporte.
Segundo a reportagem, seis dos 10 fugitivos são mulheres e a maioria de Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Sete deles foram condenados a mais de 10 anos de prisão pela participação nos atos golpistas. Eles fugiram para a Argentina e o Uruguai – saiba quem são.
Na última semana, o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, pediu aos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores a inserção dos nomes de 8 dos fugitivos na lista de difusão vermelha da Interpol, a Polícia Internacional. Seis deles teriam quebrado a tornozeleira eletrônica e outros dois apenas fugido.
Caso tenham o nome incluído na lista da Interpol, um alerta internacional constando suas fotos e dados completos será emitido a todas as autoridades de fronteiras de países onde possam buscar refúgio. Será praticamente impossível que consigam realizar viagens internacionais sem serem pegos. Caso detidos, enfrentarão longos processos de extradição para, uma vez extraditados, voltarem ao banco dos réus no STF. As informações são do site Revista Fórum.