Nematoides são vermes microscópicos que parasitam as raízes das plantas, causando sérios danos às culturas. Segundo a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), os parasitas são responsáveis por um prejuízo anual de R$ 35 bilhões para a agricultura brasileira. A situação, que também afeta agricultores da cidade de Ruy Barbosa, localizada na região da Chapada Diamantina, fomentou Larissa Gonçalves e Alessandra Nascimento, estudantes do Colégio Estadual Professor Magalhães Neto, a desenvolverem tinturas próprias para fins agrícolas à base da planta Tagetes erecta, popularmente conhecida como cravo de defunto.
O projeto foi pensado como um defensivo para pequenas agriculturas, sendo uma alternativa econômica e menos nociva à saúde, já que as tinturas são preparações farmacêuticas líquidas que resultam da extração e dissolução de substâncias naturais presentes em plantas medicinais. A jovem cientista Larissa conta sobre as razões de escolher o vegetal para a fabricação das tinturas: “em nossa investigação por espécies vegetais que atuam como defensivos e repelentes naturais na região, descobrimos que a Tagetes [cravo-de-defunto] seria a melhor opção, pois, além de combater diversos agentes causadores de doenças nas hortas, o vegetal é fácil de ser cultivado e disseminado na terra”.
Para que a tintura tenha utilidade em fins agrícolas é necessário utilizar técnicas que mantenham o aspecto líquido do produto. “A extração alcoólica é um método eficaz para preparar tinturas líquidas concentradas a partir de plantas, como o cravo de defunto, preservando seus compostos ativos. Essa técnica é amplamente empregada em fitoterapia para obter extratos vegetais líquidos e estáveis, mantendo as propriedades medicinais das plantas”, explica.
Embora ainda esteja em fase de desenvolvimento, o produto já possui receitas de fabricação destinadas à aplicação em folhas e flores. O processo de elaboração, segundo a estudante, é tão relevante quanto o resultado, pois é fundamental transmitir aos pequenos agricultores técnicas como essa, que auxiliam no combate às pragas que afetam as plantações.
“A prática protege as plantas, assim como promove a agricultura sustentável, evitando o uso de agrotóxicos químicos que podem ser prejudiciais à saúde e ao meio ambiente”, acrescenta Larissa, que teve orientação da professora Raimunda de Sousa para desenvolver o projeto no âmbito do Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação. As informações são de assessoria.