As eleições municipais na Bahia, realizadas em 2024, consolidaram um cenário de intensa polarização entre os grupos liderados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), dois nomes que despontam para um novo embate na eleição estadual de 2026.
A base do governador, composta por nove partidos, obteve um significativo controle de 309 das 417 prefeituras baianas, o equivalente a 73% dos municípios. No entanto, a disputa ficou equilibrada quando se analisa a votação total: as legendas aliadas ao governo conquistaram 2,68 milhões de votos no primeiro turno, enquanto a oposição obteve 2,58 milhões de votos, em um embate acirrado.
Este cenário de divisão se reflete nos principais partidos de cada grupo. O PSD, comandado pelo senador Otto Alencar, venceu em 115 cidades, enquanto o Avante, com apoio de figuras como o ministro da Casa Civil Rui Costa (PT), conquistou 60 prefeituras. O PT, partido do governador, garantiu 50 prefeituras, incluindo uma vitória em Camaçari, cidade de grande relevância econômica para o estado.
Do lado oposicionista, ACM Neto e seu partido, União Brasil, mudaram o foco para as grandes cidades, vencendo em 19 dos 30 maiores municípios, incluindo Salvador, onde Bruno Reis foi reeleito com ampla vantagem. A conquista de Salvador fortalece o nome de Reis como possível candidato ao governo, embora ele próprio tenha reafirmado apoio a ACM Neto.
Nos bastidores, a preparação para 2026 já começou, com ambos os lados ajustando estratégias. Jaques Wagner, uma figura central do PT baiano, já anunciou que buscará reeleição ao Senado. Além dele, o senador Angelo Coronel (PSD) e Rui Costa são cotados para disputar a segunda vaga, alimentando tensões dentro da base governista.
Enquanto isso, ACM Neto intensifica sua presença nas redes sociais, criticando o governo Jerônimo, sobretudo na questão da segurança pública. A Bahia registrou aumento das mortes em operações policiais, destacando-se como o estado com mais óbitos causados por forças de segurança, enquanto o governo aponta uma redução nas mortes violentas.
Com o cenário em constante transformação, a Bahia se prepara para mais um embate de peso em 2026, onde os resultados deste ano poderão ser decisivos.
Jornal da Chapada