O movimento ‘Grito das Serras’ mobiliza ambientalistas, pesquisadores e comunidades da Chapada Diamantina em defesa das águas e dos territórios tradicionais. Nesta sexta-feira (11), atos públicos em Jacobina, Seabra e Feira de Santana denunciam os impactos da mineração, dos grandes projetos de energia e do desmatamento sobre as nascentes e rios da região. A iniciativa também cobra a ampliação do debate sobre a preservação ambiental e a proteção das comunidades locais.
Em Jacobina, o ato ocorre nesta sexta-feira (11), no Campus IV da UNEB, com rodas de conversa, debates e propostas voltadas ao fortalecimento da luta pela preservação dos biomas locais. A mobilização também denuncia os impactos provocados por grandes empreendimentos de mineração, energia e agronegócio, que vêm comprometendo o acesso à água e alterando o modo de vida das comunidades tradicionais.
A realização da mobilização no Dia da Chapada Diamantina reforça a urgência de enxergar o território além do turismo e do lazer, reconhecendo-o como um espaço vital para a preservação das águas, da biodiversidade e das culturas tradicionais. A ação busca sensibilizar a sociedade para a proteção dos ecossistemas e modos de vida que dependem diretamente da integridade ambiental da região.
Para ampliar o alcance da campanha, a coordenação do movimento busca apoio de artistas e personalidades públicas, como o cantor Chico César. Como reflete Maria Santos, líder quilombola: “Se a Chapada secar, não será apenas a natureza que sofrerá, mas todo o ecossistema e o futuro das próximas gerações”.
Degradação ambiental
Levantamentos recentes revelam que o desmatamento, as queimadas e o uso predatório do solo estão comprometendo a recarga dos aquíferos responsáveis por alimentar rios essenciais da Chapada Diamantina, como o Paraguaçu. A região também enfrenta um cenário preocupante com mais de 3.300 pedidos minerários em andamento e a previsão de instalação de mais de 2.000 torres eólicas sobre suas serras.
Diante desse cenário, o projeto ‘Grito das Serras’ propõe abrir um debate sobre a construção de alternativas que conciliem a preservação da Chapada Diamantina com práticas de desenvolvimento sustentável. A iniciativa busca encontrar caminhos para que os empreendimentos respeitem os limites naturais do território, assegurando a proteção das nascentes e dos modos de vida tradicionais sem comprometer o futuro ambiental da região. Jornal da Chapada com informações do portal Tragora.