Natural de Ruy Barbosa, na Chapada Diamantina, o escritor Antônio César Borges reuniu em sua obra de estreia — “Meu primeiro e único livro, porque…” — uma coletânea com 225 páginas de axiomas, poesias, contos e crônicas escritas ao longo de mais de quatro décadas. Em entrevista ao Portal M!, o autor revelou que construiu o livro a partir de vivências cotidianas, reflexões filosóficas e sentimentos provocados por temas como natureza, relações humanas, ética, espiritualidade, e críticas sociais.
A obra, lançada em julho do ano passado, em cerimônia realizada no Colégio Estadual Professor Magalhães Neto (CEMAN), registra em cada página, o momento exato da criação, com data, hora e circunstância.
“Tem várias poesias, o que chama de axioma é o mesmo que aforismo, de pensamentos. Preferia a palavra axioma, porque na filosofia tem um significado próprio e especial”, explicou o autor. A organização cronológica dos textos oferece ao leitor um percurso emocional que vai desde o ano de 1980 até os dias atuais.
Escrita entre o íntimo e o social
Em sua produção, o autor alterna entre a subjetividade da poesia e a objetividade crítica dos contos e crônicas. Muitos textos tratam de lições de vida e sabedoria popular. Uma das frases mais marcantes diz que “as piores e mais doloridas surras que nós tomamos, são aquelas que aplicamos em nós, estas com chicote das nossas próprias ações”, lembrou.
Outro trecho exemplifica a profundidade emocional da obra ao afirmar que “não somente os alcoólicos, mas também as emoções embriagam e desequilibram”.
Denúncia e crítica social também têm espaço
A obra também se destaca por incluir críticas contundentes à realidade brasileira. Em uma de suas frases mais fortes, Borges escreve que “política é arte do diabo, porque para se fazer, viver ela, é preciso ter e praticar artifícios e peripécias diabólicas”. O autor também questiona práticas abusivas de empresas de telefonia e abastecimento de água, como no trecho em que critica o controle sobre o uso de crédito nos celulares, interpretando como um atentado ao livre-arbítrio. “Você já pensou se todos os outros agissem dessa forma, o que seria de nós?”, questionou.
Homenagens e espiritualidade
O livro também carrega momentos de devoção e homenagens. Uma das poesias se intitula “Se a Mulher fosse a Natureza”, outra chama-se “Eu sou a Fazenda, Eu também sou a Natureza”, reunindo metáforas que tratam do feminino, do ambiente e do pertencimento. Há ainda versos dedicados a professores e professoras, valorizando a educação como pilar da consciência coletiva.
“Meu real ser, meu Deus, minha essência divina. Oniparente, defende, protege-me, de mim mesmo, do eu, do ego e da mente”, diz outro trecho da obra.
Autor diz que obra pulsa Bahia, Brasil e mundo
Embora tenha raízes em Ruy Barbosa, Borges acredita que seu livro ultrapassa o local. Para ele, os temas abordados são universais, com foco no ser humano, na natureza e na convivência social. Ele afirma que os escritos falam “não só em Ruy Barbosa, Bahia, Brasil, mas do mundo”.
Onde encontrar o livro?
Interessados em adquirir “Meu primeiro e único livro, porque…” podem encontrar exemplares em diferentes cidades da Bahia. Em Ruy Barbosa, os pontos de venda são: Hilden Armarinho Papelaria, Karine Papelaria e Calce Bem. Na cidade de Itaberaba, o livro está disponível na Discultura. Já em Lençóis, o leitor pode encontrá-lo no Sebo Livraria Araçá Azul e no Restaurante Artes & Sabores.
Além dos pontos físicos, o público também pode acompanhar o autor e solicitar informações diretamente pelo Instagram: @antoniocesars.borges. As informações são do site Muita Informação.















































