Carlos Henrique Passos pede que governo federal priorize negociações econômicas com os Estados Unidos e alerta para impacto da medida sobre exportações industriais da Bahia.
Durante participação no lançamento da ExpoTech 2025, nesta quarta-feira (16), em Salvador, o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, fez duras críticas à nova tarifa de importação imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e cobrou ação diplomática efetiva do governo federal para evitar prejuízos à indústria nacional.
“Essa alíquota de 50% é extremamente restritiva à continuidade dos negócios. Honorar um comprador com metade do valor do produto é, na prática, inviabilizar qualquer negociação. Precisamos que o governo brasileiro atue com prioridade para reverter esse cenário”, afirmou ao Classe Política.
Segundo Passos, 90% das exportações da Bahia para os EUA são feitas pela indústria, o que reforça o impacto direto da medida sobre a economia do estado. Os setores mais afetados são os de celulose, pneus e derivados de cacau, todos com forte presença no mercado externo.
“Essa não é uma tarifa de importação, mas uma barreira de mercado. Atinge diretamente a indústria da Bahia e afeta o ambiente de negócios de forma grave. É preciso separar a pauta política da pauta econômica”, destacou.
O presidente da FIEB também informou que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem desempenhado um papel central no diálogo com o governo federal e com o setor produtivo. Segundo ele, a CNI representou toda a indústria brasileira na primeira reunião com autoridades do governo Lula sobre o tema, reforçando a urgência da questão.
“A mensagem da CNI foi validada por todas as associações de classe presentes. O presidente Robson Braga de Andrade tem se empenhado, e já participamos de duas videoconferências para apresentar a visão dos estados. O momento exige união em torno da diplomacia econômica”, relatou.
Carlos Henrique também criticou a possibilidade de o Brasil retaliar com medidas de reciprocidade.
“Aplicar uma tarifa de importação em resposta não resolve nada. Pelo contrário, piora o ambiente industrial. O caminho é a negociação, com apoio do Ministério da Indústria e Comércio e das entidades empresariais, para restabelecer um ambiente saudável de comércio entre Brasil e Estados Unidos, que já têm mais de um século de parceria”, afirmou.
A nova tarifa americana, de 50% sobre determinados produtos brasileiros, tem gerado forte reação entre lideranças industriais e comerciais do país. O governo brasileiro ainda estuda a melhor forma de reagir, mas há pressão para que opte por caminhos diplomáticos e técnicos, evitando uma escalada de tensões econômicas com o principal parceiro comercial do Ocidente.
Na Bahia, onde a indústria é responsável por uma fatia expressiva das exportações, o tema já mobiliza o governador Jerônimo Rodrigues (PT), entidades, empresários e parlamentares, que esperam agilidade e firmeza na atuação do Itamaraty e dos ministérios econômicos. As informações são do site Classe Política, parceiro do Jornal da Chapada.














































