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#Política: União Brasil dá 24 horas para filiados deixarem cargos no governo Lula

União Brasil define prazo para saída do governo | FOTO: Ricardo Stuckert/PR |

O União Brasil determinou, nesta quinta-feira (18), que todos os filiados deixem cargos ocupados no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no prazo máximo de 24 horas. A medida foi oficializada por meio de uma resolução aprovada pela cúpula nacional do partido e prevê punições disciplinares, como expulsão, para quem descumprir a regra.

A decisão atinge diretamente o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), além de ocupantes de cargos em ministérios, autarquias, fundações e empresas públicas. Sabino, que vinha tentando manter a pasta sob controle do partido, ainda não se pronunciou sobre a determinação.

Ministros como Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações) não serão afetados, já que suas indicações são vinculadas à cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e não diretamente à legenda.

O desembarque do União Brasil ocorre após meses de atritos com o governo. Em agosto, durante uma reunião ministerial, Lula criticou publicamente o presidente nacional do partido, Antonio de Rueda, o que gerou desgaste nas relações. A saída do partido já havia sido anunciada no início de setembro, mas sem prazo definido.

Conflito com o governo

A decisão acontece em meio a polêmicas envolvendo reportagens que citaram o nome de Antonio de Rueda em depoimento sobre transporte de suspeitos de lavagem de dinheiro ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Em nota oficial, o União Brasil repudiou as informações, classificando-as como “infundadas e superficiais”, e sugeriu que a divulgação teria motivação política.

“Essa ‘coincidência’ reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e enfraquecer a independência do partido”, diz o comunicado divulgado nesta quinta-feira.

Impactos políticos

A saída do União Brasil marca uma mudança significativa na composição política do governo. Além de encerrar oficialmente a participação do partido na gestão federal, a medida abre espaço para novas negociações de cargos com outras legendas aliadas ao Palácio do Planalto.

Segundo o estatuto partidário, qualquer filiado pode denunciar casos de descumprimento da resolução, que será analisada internamente.

O movimento também sinaliza os planos do partido para as eleições presidenciais de 2026. Rueda e outras lideranças já declararam que não apoiarão uma eventual candidatura de Lula à reeleição. Entre os nomes cotados pela sigla para a disputa estão o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiado por aliados do PP e de outros partidos do centro-direita.

Jornal da Chapada

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