Embora o Brasil seja um país tropical, muitas pessoas passam horas em ambientes fechados, ficando longos períodos sem se expor à luz do sol. Essa ausência pode trazer consequências importantes para a saúde.
A endocrinologista Paula Fabrega, do Hospital Sírio-Libanês em Brasília, explica que o tempo necessário para que a falta de sol cause prejuízos varia de pessoa para pessoa, dependendo da idade, cor da pele e da região onde se vive. “Semanas sem exposição solar já podem reduzir a produção de vitamina D, principalmente para quem fica muito tempo em ambientes fechados”, afirma.
A deficiência de vitamina D impacta vários sistemas do corpo. Nos ossos, aumenta o risco de osteoporose e osteomalácia em adultos, e pode causar raquitismo em crianças. Nos músculos, contribui para fraqueza e dores. A imunidade também é prejudicada, deixando o organismo mais vulnerável a infecções. Estudos indicam ainda associação com doenças crônicas, como diabetes tipo 1, esclerose múltipla, problemas cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Alguns sinais podem indicar deficiência, como cansaço excessivo, dores musculares, fraqueza e maior propensão a fraturas, segundo Fabrega. O dermatologista Luciano Morgado, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), alerta que os efeitos na pele são raros, mas podem incluir ressecamento, eczema, dificuldade de cicatrização e queda de cabelo.
Para aproveitar os benefícios do sol sem riscos à pele, os especialistas recomendam exposição antes das 10h ou após as 16h, protegendo áreas sensíveis como face, pescoço e colo, e deixando braços e pernas expostos de forma moderada.
A suplementação oral de vitamina D também pode ser necessária, especialmente para quem não consegue se expor ao sol com segurança. “A alimentação raramente supre a necessidade diária. A exposição leve combinada com suplementação geralmente é suficiente”, afirma Morgado, destacando que o acompanhamento médico é essencial.
Jornal da Chapada

