Autoexame e fotoproteção são essenciais para prevenção do câncer de pele


Se por um lado, nos países tropicais, cerca de cinco minutos diários de exposição do corpo inteiro ao sol são fundamentais para produção de vitamina D pelo próprio organismo, o excesso de exposição aos raios solares não é recomendado, pois, além de queimaduras na pele, o efeito acumulativo dessa radiação é responsável pelo envelhecimento cutâneo precoce e é o principal fator de risco para o câncer de pele, o tipo de tumor de maior incidência no Brasil e no mundo.
“O efeito cumulativo da exposição prolongada ao sol sem proteção é o principal fator de risco para o câncer de pele, mas não é o único. Fatores ambientais, genéticos e imunológicos também podem influenciar no aparecimento da doença. É importante conscientizar a população para a necessidade de adotar hábitos essenciais para prevenção do câncer cutâneo”, esclarece a dermatologista Jussamara Brito, professora de dermatologia e chefe do ambulatório de câncer de pele da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
“É importante também que os pais estejam atentos aos cuidados com a pele das crianças e que conscientizem seus filhos sobre os danos que podem ser causados pelo excesso de exposição ao sol”, pondera a especialista. “Já sabemos que 50 a 80% da exposição solar ocorre nas duas primeiras décadas de vida e que a fotoproteção feita de forma adequada nessa fase da pode prevenir o câncer de pele não-melanoma”, acrescenta.
Além da importância de se fazer o autoexame da pele regularmente, também é fundamental evitar a exposição excessiva ao sol. “A fotoproteção não se restringe ao uso do protetor solar, que deve ser diário”, explica a médica. “Além do protetor solar, é preciso evitar o sol no horário das 10 às 16 horas, quando a radiação é mais intensa, usar roupas adequadas, chapéus, guarda-sol e óculos escuros”, orienta Jussamara Brito.
O protetor solar deve ser usado diariamente, mesmo em dias nublados e de chuva. Deve ter proteção solar (FPS) mínima de 15 e ampla proteção UVA e UVB, precisa ser aplicado trinta minutos antes do início da exposição e deve ser reaplicado a cada duas horas de exposição ou após cada mergulho.
Pessoas com mais de 40 anos, pele muito clara (que sempre fica vermelha e nunca bronzeia), com sardas, cabelos e olhos claros, ruivas, com histórico de câncer de pele na família e caso de queimaduras e, principalmente, pessoas que tomaram muito sol sem proteção ao longo da vida fazem parte do grupo de maior risco para o câncer de pele. A exposição à radiações e substâncias químicas e imunossupressão também contribuem para o aparecimento do câncer de pele.
O diagnóstico do câncer de pele é feito através do exame dermatológico completo da pele e, muitas vezes, com o suporte também da dermatoscopia, exame realizado com o dermatoscópio, aparelho que amplia a imagem podendo identificar lesões de risco na pele. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda a visita anual ao dermatologista para avaliação completa da pele e prevenção do câncer cutâneo. As informações são de assessoria.