O povoado de Brumadinho, em Rio de Contas, será cenário de um importante encontro entre arte, natureza e educação. No próximo sábado (16), acontece a estreia pública do coletivo Junko, um projeto que une práticas socioeducativas, produções audiovisuais e tradições populares com o propósito de fortalecer a memória, a identidade e a resistência cultural das comunidades da região.
A iniciativa marca também a inauguração de dois espaços criados de forma colaborativa ao longo dos últimos anos, no Sítio Junko: o Espaço Semente, um centro ecoeducativo que conta com salão multiuso, biblioteca, cozinha coletiva e banheiro seco acessível, voltado à realização de oficinas, cursos e vivências de turismo comunitário, e a Raiz Doce Arte Audiovisual, uma produtora equipada com ilha de edição e área de co-working criativo, destinada à produção de conteúdos culturais e educativos em parceria com jovens e educadores do interior da Bahia.
Durante o evento de lançamento, o público será convidado a percorrer os novos ambientes em uma experiência sensorial que mistura arte, natureza e memória. A programação inclui roda de conversa com mestres locais, exibição de fotos e vídeos, plantio coletivo de árvores, experimentações com tintas de terra e uma improvisação musical colaborativa que encerra o dia em clima de celebração.
Um território de aprendizado e criação coletiva
De acordo com a cineasta e produtora cultural Gal Solaris, integrante do coletivo, o Junko nasce com o propósito de ser um território vivo de trocas e aprendizado mútuo. “Nosso desejo é que o Junko seja um lugar onde diferentes saberes convivem. Um espaço para fazer filmes, plantar ideias, cozinhar coletivamente, preservar memórias e abrir caminhos para outros futuros possíveis”, afirma.
O coletivo é formado por Catarina Camargo (engenheira florestal), David Borja (permacultor e guia de ecoturismo), Gal Solaris (cineasta e produtora cultural) e Maura Pezzato (ecóloga). Juntos, eles definem o Junko como um ponto de encontro entre arte, ciência e comunidade, inspirado tanto por práticas ancestrais quanto por tecnologias regenerativas. Para Maura, o evento simboliza a força da cultura produzida no interior. “Mais do que uma inauguração, este é um marco simbólico para fortalecer redes e afirmar que seguimos produzindo, mesmo diante de tantas adversidades”, pontua.
Localizado em uma área cercada por RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) e pelo Parque Natural Municipal da Serra das Almas, o Sítio Junko pretende se consolidar como um polo de criação cultural autônomo no interior baiano. Com a nova infraestrutura, o coletivo busca impulsionar produções audiovisuais e experiências educativas ligadas ao território e à sustentabilidade. O projeto conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, instrumento federal voltado ao fomento de ações emergenciais no setor cultural. Jornal da Chapada com informações do portal Correio.

