A proporção de crianças de 6 a 10 anos que estavam na série adequada caiu para 90,7% em 2024, praticamente o mesmo índice de 2023, mas ainda bem abaixo do patamar pré-pandemia, quando 95,7% estavam no nível correto em 2019. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (3) pelo IBGE na Síntese de Indicadores Sociais, mostram que os efeitos da covid-19 ainda influenciam o ritmo de aprendizagem, principalmente devido ao atraso na entrada na pré-escola, segundo a analista do instituto, Luanda Chaves Botelho. A falta de acesso regular à educação infantil no período pandêmico segue repercutindo no ingresso das crianças no ensino fundamental.
Entre estudantes de 11 a 14 anos, houve melhora: 89,1% estavam na série adequada em 2024, superando o nível pré-pandemia (87,4%). Mesmo assim, o índice permanece abaixo da meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê que 95% dos jovens concluam o ensino fundamental aos 14 anos. A frequência escolar entre crianças de até 5 anos também segue distante das metas: apenas 39,7% dos menores de três anos estavam em creches — a meta é 50%. Já na faixa de 4 e 5 anos, a frequência atingiu 93,5%, o maior nível desde 2016, mas ainda aquém da universalização prevista pelo PNE.
A pesquisa mostra ainda que a principal razão para crianças pequenas estarem fora da escola é a opção dos pais ou responsáveis, citada por 59,9% das famílias com crianças de até 3 anos e 48,1% na faixa de 4 e 5 anos. Também há impacto da falta de vagas, que atinge mais de um terço dos casos. A média de anos de estudo entre jovens de 18 a 29 anos chegou a 11,9 anos, próxima da meta de 12 anos, mas marcada por desigualdades: brancos estudam, em média, 12,5 anos, enquanto pretos e pardos chegam a 11,5; jovens entre os 25% mais pobres acumulam 10,6 anos de estudo, contra 13,5 entre os mais ricos.
Jornal da Chapada

























































