O alerta emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o avanço de uma nova variante do vírus Influenza acendeu o sinal de atenção entre especialistas brasileiros. Mutações do vírus Influenza A (H3N2), identificadas em diferentes regiões do mundo, têm provocado quadros mais intensos da doença, popularmente chamada de “super gripe” devido à gravidade dos sintomas.
A variante, classificada como subclado K (J.2.4.1), já foi detectada na América do Norte, Europa e Ásia. No Brasil, a circulação foi confirmada em amostras analisadas no estado do Pará. Para especialistas, no entanto, o vírus já deve estar presente em outros estados, incluindo a Bahia.
Segundo o virologista Gúbio Soares, ouvido pelo jornal Correio, parceiro do Alô Alô Bahia, o cenário internacional e os relatos clínicos locais indicam que a nova variante provavelmente já circula no estado. “Estamos vendo pessoas com sintomas gripais muito fortes, que ficam de cama, com dores intensas e recuperação lenta, mesmo com medicação. Pelos sintomas, tudo indica que o vírus já está circulando”, afirmou.
A preocupação cresce com a chegada do verão e o aumento das aglomerações típicas das festas de fim de ano, que favorecem a disseminação de doenças respiratórias. Além disso, o fluxo de turistas e de brasileiros que retornam do exterior amplia o risco de propagação acelerada do vírus.
O Ministério da Saúde confirmou a presença do subclado K da Influenza A no Brasil por meio do Informe de Vigilância das Síndromes Gripais, divulgado em 12 de dezembro. O documento também aponta a circulação do subclado J.2.4 do mesmo vírus.
Outro fator de alerta é a eficácia reduzida da vacina aplicada neste ano contra as novas mutações do Influenza A. No Sudeste Asiático, por exemplo, 43% dos casos de gripe diagnosticados já são atribuídos a essa variante. Diante desse cenário, especialistas defendem a antecipação da campanha de vacinação contra a gripe para reduzir o risco de casos graves e internações. Até o momento, o Ministério da Saúde não anunciou mudanças no calendário vacinal.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) reforçou o alerta em nota recente, recomendando intensificação da vigilância epidemiológica, ampliação da cobertura vacinal e preparação dos sistemas de saúde para uma possível temporada de infecções respiratórias mais intensa e precoce em 2026.
Sintomas mais severos
A chamada “super gripe” apresenta sintomas mais intensos do que os quadros gripais comuns. Entre os sinais mais frequentes estão febre alta logo no início da infecção, dor de garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômitos, dores no corpo e nas articulações, tosse, diarreia e cansaço extremo, com recuperação mais lenta.
Especialistas reforçam que, diante de sintomas persistentes ou agravados, é fundamental procurar atendimento médico. O tratamento envolve repouso, hidratação e uso de medicamentos prescritos por profissionais de saúde.
Jornal da Chapada

