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Papo romântico com doleiro pode gerar renúncia de Argôlo; ‘Ele é sujeito homem’, diz chefe do SDD

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O parlamentar federal baiano do Solidariedade, Luiz Argôlo | FOTO: Reprodução |

Depois de ter sua suposta declaração de amor ao doleiro preso na Operação Lava Jato, Alberto Youssef, interceptada pela Polícia Federal e divulgada no último sábado (26) pela revista Época, o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) pode ser pressionado a abrir mão do mandato para não prejudicar a imagem do recém-nascido Solidariedade às vésperas de sua primeira eleição. Na troca de mensagens eletrônicas – realizada às 8h33 do dia 28 de fevereiro deste ano, de acordo com a publicação – o parlamentar diz ter “um carinho muito especial” pelo suspeito de chefiar um esquema que movimentou R$ 10 bilhões em lavagem de dinheiro.

“Queria ter falado isso ontem. Acabei não falando. Te amo”, diz o legislador ao interlocutor, que responde, recíproco: “Eu amo você também. Muitoooooooooo<3”. A conversa, segundo apurou o site Bahia Notícias, funcionou como estopim de uma crise iniciada no início de abril entre Argôlo e a cúpula da legenda, que teria ficado insatisfeita ao ver o nome do congressista citado em reportagem da revista Veja sobre investigações ligadas ao pagamento de propina a políticos, operado por Youssef em negociações de contratos da Petrobras. Ao site Bahia Notícias, o deputado alegou, no último dia 7, que foi apresentado ao doleiro em um jantar, mas não mais manteve contato.

Deputado Luiz Argôlo (à esq.) e o doleiro Alberto Youssef trocam mensagens elegantes | FOTO: Nison Bastin/AG Camara e Carlos Moura/CB/D.A Press |

“Muito triste e decepcionado” com a situação – conforme o presidente do Solidariedade na Bahia, o também legislador federal Marcos Medrado – Argolo está confinado, há duas semanas, em seu sítio na cidade de Entre Rios, nordeste do estado. Questionado sobre a possível aplicação de sanção e a eventual renúncia do congressista, o dirigente da sigla afirmou que “não pode manifestar nenhum posicionamento antes da conclusão das investigações”. Em entrevista ao site, Medrado definiu a veiculação do afetuoso diálogo entre o parlamentar e o doleiro como “uma perversidade da Polícia Federal e da revista Época” e limitou-se a defender a masculinidade do correligionário.

“Argôlo é casado, tem filhos, vem de uma família decente. É sujeito homem. Não tenho nenhuma dúvida sobre sua sexualidade”, atestou. Na última quarta-feira (23), o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, protocolou na Mesa Diretora da Casa um requerimento para que sejam apuradas as denúncias que relacionam o deputado do SDD a Youssef. Se for enviado à corregedoria, o caso deve gerar um inquérito prévio, com posterior apresentação de parecer que pode sugerir advertência, suspensão ou cassação do parlamentar. Caso perca compulsoriamente o mandato ou opte por abandonar o Legislativo, o congressista deixará a vaga para seu suplente, o ex-pugilista Acelino Popó Freitas (PRB). Extraído do Bahia Notícias.

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