Luiz Klassmann, representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no 4º Simpósio Internacional da Cannabis Medicinal anunciou nesta quinta (15), na abertura do evento, que a área técnica da agência aprovou a reclassificação do canabidiol (CBD) no Brasil. O estudo propõe a retirada da substância da lista F1, de drogas proscritas, para a lista C1, que permite a prescrição por médicos com receita normal, em duas vias. Para a medida entrar em vigor, ela ainda depende da aprovação da diretoria colegiada da Anvisa. Klassmann estima que isso aconteça até o final de junho. Se isso realmente acontecer, o canabidiol será o primeiro derivado da Cannabis sativa a ter seu potencial terapêutico reconhecido no país.
Quem comemora a decisão é a família e os advogados da paciente Anny Fischer, de quatro anos de idade, que utiliza o cannabidiol (CBD), um dos 60 canabinóides contidos na maconha, para controlar uma forma rara de epilepsia que provocava mais de 60 convulsões semanais. “A Anvisa elaborou um protocolo novo que irá regulamentar a importação do medicamento [CBD], nos casos específicos e bem fundamentados como o da família Fischer”, contou em seu perfil no Facebook o advogado Diogo Busse, que representou a família de Anny no pleito judicial histórico que terminou por obrigar a ANVISA a autorizar a importação do medicamento.
A agência, segundo o advogado, decidiu ir além: “irá oficiar o Conselho Federal de Medicina com a nova orientação para que os médicos possam prescrever o medicamento sem receio”. Ou seja: na prática, os médicos ficarão livres para receitar produtos derivados da maconha para pacientes que deles necessitem. “Percebemos que com essa medida que visava tutelar o bem mais precioso dessa família, a vida da Anny, conseguimos também sensibilizar a agência reguladora do nosso país para que muitas outras famílias possam se beneficiar dos avanços da ciência!”, comemorou Diogo Busse. Com informações do site Revista Super Interessante.
Vídeo do documentário Ilegal no Youtube: