Em um novo round entre governo e oposição, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, atacou nesta quarta-feira proposta do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que altera o Bolsa Família e mantém o pagamento por um período de seis meses após o beneficiário perder as condições previstas no programa para receber os repasses. Por apenas um voto, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou a matéria, que contou inclusive com o apoio de parlamentares da base aliada. O assunto virou palco de disputa sobre os dividendos eleitorais do programa de transferência de renda.
“Nos preocupa de fato que, num período eleitoral, medidas acabem sendo tomadas de forma açodada, leviana e acabem prejudicando um programa bem-sucedido. Nos preocupa que essas medidas sejam tomadas na véspera da eleição. O Bolsa Família tem onze anos. Onde estava o senador Aécio nesses 11 anos que não tratou do Bolsa Família?”, questionou a ministra, em uma coletiva de imprensa convocada às pressas no Palácio do Planalto. O texto aprovado na comissão também acaba com o teto para que as famílias sejam desligadas do Bolsa Família.
Atualmente, por meio de uma portaria de 2010 do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, as famílias que tiverem uma variação da renda de meio salário mínimo (R$ 362 hoje) no período de dois anos perdem o direito ao benefício. A proposta de Aécio retira esse limite. “Essa proposição deturpa e desfigura o Bolsa Família, deforma uma das principais características do Bolsa Família, que é justamente a mais valorizada por todos aqueles que têm avaliado o BF internacionalmente: de ele ser um programa que consegue ser focalizado na população pobre”, criticou a ministra. Da Agência Estado.