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Duas vítimas da ditadura vão depor na Comissão da Verdade

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A Comissão Estadual da Verdade na Bahia foi criada em dezembro de 2012, com o objetivo de apurar e esclarecer violações aos direitos humanos cometidas por agentes públicos durante a ditadura militar | FOTO: Meramente Ilustrativa |

A Comissão Estadual da Verdade (CEV) na Bahia vai ouvir em audiência pública na próxima segunda-feira (9), às 14h, duas vítimas da ditadura militar, o advogado Aurélio Miguel Pinto Dórea, ex-militante estudantil filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), e Diva Santana, ativista na área de Direitos Humanos, que perdeu a irmã e o cunhado na Guerrilha do Araguaia, em 1974. A audiência será realizada na sede da entidade, na Avenida Sete de Setembro, 1330, anexo ao Palácio da Aclamação, Campo Grande.

Prisão e morte
O advogado Aurélio Miguel, 67 anos, foi preso três vezes pelo regime militar (1966, 68 e 71) e expulso da Faculdade de Direito da UFBA em 1968. Conseguiu terminar o curso na Universidade Católica de Salvador em 1971. Ele participou da Diretoria Clandestina da União Nacional de Estudantes (UNE), de maio de 1969 a outubro de 1970.

Diva Santana, que foi indiciada na Lei de Segurança Nacional – participou, desde o início, do Comitê de Anistia e Direitos Humanos – é uma das fundadoras do Grupo Tortura Nunca Mais na Bahia e conselheira da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada pela Lei 9140/95.

Dinaelza Santana Coqueiro, irmã de Diva que participou da Guerrilha do Araguaia, foi assassinada pelo Exército em abril de 1974. Seu marido, Vandick Reidner Pereira Coqueiro, também lutou no Araguaia e foi assassinado pela repressão em setembro de 1974. Os corpos dos dois até hoje não foram encontrados.

Depoimentos em Feira
O Grupo de Trabalho da Comissão Estadual da Verdade em Feira de Santana vai ouvir seis pessoas vítimas da ditadura militar na terceira audiência pública, que será realizada na próxima terça-feira (10), a partir das 9h, no auditório do 7º Módulo da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). A professora Amabília Almeida irá representar a Comissão Estadual da Verdade na audiência, que terá dois turnos.

Relato da opressão
A Comissão Estadual da Verdade (CEV) na Bahia foi criada em dezembro de 2012, por meio do decreto estadual 14.227, com o objetivo de apurar e esclarecer violações aos direitos humanos cometidas por agentes públicos entre os anos de 1946 e 1988, principalmente as violações ocorridas durante a ditadura militar, de 1964 a 1985. A CEV tem dois anos para apresentar um relatório que permita à sociedade baiana conhecer detalhes dos casos de opressão e violação aos direitos humanos ocorridos no estado ou com baianos fora do estado.

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