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Facebook é usado para ataques a adversários na campanha eleitoral

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A campanha da candidata ao governo Lídice da Mata (PSB), da coligação “Um Novo Caminho para a Bahia”, conquistou recentemente uma liminar, que determinou a retirada em um blog, de uma reportagem em tom pejorativo contra a socialista | FOTO: Reprodução |

Numa campanha eleitoral, onde já é dado como certo que os candidatos apostam na estratégia de divulgação de suas agendas e mobilização de suas propostas em canais da internet, entre eles, mídias sociais, populares como o Facebook, a expectativa é de que não faltem também supostos ataques virtuais ou postagens mais negativas, interpretadas como possíveis ofensas. As iniciativas podem ser provocadas pelos próprios perfis dos candidatos ou pela militância. Diante da tentativa de desgastes, as equipes de campanha dos postulantes ao governo baiano monitoram diariamente o que sai no meio virtual e acionam a Justiça, quando identificam a ocorrência de abusos ou agressões.

Foi dessa forma que o candidato da coligação “Unidos pela Bahia”, Paulo Souto (DEM), ganhou, durante o final de semana, uma liminar proferida pelo juiz Márcio Reinaldo Miranda Braga, determinando a imediata retirada de conteúdo, considerado por sua campanha, “inverídico, ofensivo, calunioso, difamatório e injurioso”, postado no Facebook pelo candidato ao governo Rui Costa (PT). O descumprimento da sentença prevê multa diária de R$ 5 mil.

No post, consta uma referência negativa a Souto, afirmando que ele teria feito “assepsia social” do Pelourinho em seu governo, o que foi contestado pelos democratas. “Paulo Souto chegou a ser difamado por um fato ocorrido num período que ele nem sequer era governador. O governador era o hoje aliado do PT, Otto Alencar. Foi ele o signatário do decreto, em 2002, que reconheceu a utilidade pública dos imóveis que foram utilizados para a revitalização do Pelourinho, que nem foi iniciada naquele ano como desinforma o petista em seu post. A Justiça está alerta para conter o desespero do PT”, afirmou o presidente da coligação, José Carlos Aleluia.

A advogada da campanha de Souto, Lílian Reis, destacou a tendência de difamação na internet. “Estamos monitorando e assim que verificamos a existência de um ataque à honra do candidato, entramos com representações para tentarmos retir a postagem ofensiva. No caso dessa ação havia conteúdo ofensivo e sabiamente inverídico, com termo preconceituoso contra o candidato”, disse.

A advogada explica que no caso de agressões de origem anônima, as representações acionam as empresas para que retirem o conteúdo. Ontem, a campanha da coligação “Pra Bahia Mudar Mais”, de Rui Costa, recorreu da decisão. “Estamos tranquilos e consideramos que não houve ataque pessoal, mas uma referência ao projeto político, ao estilo de governo. Pegamos uma manchete que dizia: “Pobres fora do Pelourinho”. Apenas rememoramos o passado com uma reportagem e comparamos o tipo de política pública. Eles privilegiavam a parte arquitetônica em detrimento das pessoas, enquanto o governo Wagner procurou humanizar a relação com as pessoas”, ressaltou o coordenador de mídias sociais da campanha petista, Edén Valadares.

Segundo Valadares, a ideia é de que na mobilização nas mídias, no site e no mobile (celular), a pauta seja propo­sitiva. “Sempre pautando a verdade e evitando os ataques pes­soais”. Desde o início da campanha, foram identificados quatro episódios na internet com ataques ao petista, onde foi preciso acionar a Justiça.
Os representantes das campanhas dos concorrentes ao Palácio de Ondina, são unânimes em afirmar que a democracia permite a discordância e argumentação, mas sem o uso de termos ofensivos. “É claro que deve haver a liberdade de expressão, desde que não se ridicularize ou ofenda a honra, com montagens, termos agressivos e preconceituosos”, enfatizou a assessora jurídica de Souto.

A campanha da candidata ao governo Lídice da Mata (PSB), da coligação “Um Novo Caminho para a Bahia”, conquistou recentemente uma liminar, que determinou a retirada em um blog, de uma reportagem em tom pejorativo contra a socialista. Além disso, sua equipe já identificou uma página no Facebook com o título “Lídice traidora”, mas que não foi preciso acionar a Justiça, pois, nesse caso, o autor teria reconhecido o erro e apresentado uma retratação pública na própria rede.

“Nós temos monitorado as informações nos sites, blogs e nas redes. Na medida em que há um conteúdo ofensivo ajuizamos representação na Justiça e em vias de regra temos conseguido êxito, pois os juízes estão sensíveis a essas questões”, disse o advogado da campanha de Lídice, Carlos Medrado. Segundo ele, nos casos onde não são identificados os autores e as postagens se espalham sendo compartilhadas, são acionadas as empresas, a exemplo do Facebook, a mais usada pelos eleitores atualmente. “Respeitamos a crítica administrativa, mas em alguns casos, elas transbordam para as ofensas”, citou Medrado. Porém, conforme a jornalista Karina Terso, responsável por esse setor na central de informações da candidata, as manifestações são mais positivas do que negativas. Extraído na íntegra da Tribuna da Bahia.

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