Através de dados do telescópio espacial Hubble e observação em terra astrônomos descobriram um improvável objeto em um lugar estranho: um enorme buraco negro escondido dentro de uma das galáxias mais ínfimas. O buraco negro tem massa equivalente a 20 milhões de vezes à do nosso Sol. Isso representa cinco vezes a massa de um “primo” encontrado no centro da Via Láctea, por exemplo. O gigantesco buraco negro está localizado em uma das galáxias mais densas conhecidas até hoje, a galáxia anã M60-UCD1 com 140 milhões de estrelas empilhadas em um diâmetro de 300 anos-luz, com apenas 1/500 do diâmetro da galáxia.
Se vivêssemos nessa galáxia anã, veríamos o céu à noite com pelo menos um milhão de estrelas — o céu que vemos da Terra mostra quatro mil estrelas, para se ter uma comparação. A descoberta dá mais pistas de outras galáxias compactas no universo com buracos negros supermassivos. A observação também sugere que galáxias anãs podem realmente ser os restos despojados de galáxias maiores, que foram dilaceradas durante colisões com outras galáxias, em vez de pequenas ilhas de estrelas nascidas em isolamento. “Não sabemos de qualquer outra maneira pela qual se poderia fazer um buraco negro tão grande em um objeto tão pequeno”, disse o astrônomo Seth Anil, da Universidade de Utah e principal autor do estudo internacional publicado na edição de quinta-feira da revista “Nature”. Extraído do jornal O Globo.