Um dia depois de o Bom Senso F. C. entregar suas propostas ao Ministério do Esporte, na quinta-feira (30) a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez o mesmo: entregou à pasta um documento com as propostas da entidade para o projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que tramita na Câmara. Apesar de textos diferentes, a avaliação do secretário nacional de Futebol do ministério, Antônio Nascimento, é de que as discussões para a criação da lei estão convergindo, na medida do possível, para um caminho consensual.
“O legal é que, se havia 30% de acordo há meses, hoje estamos trabalhando com 70%, 80%. Há uma diferença [entre ambos], mas é uma evolução [com o que havia antes]”, disse, exemplificando que os clubes já aceitam tópicos que não admitiam antes, como a criação de um comitê de acompanhamento do cumprimento da lei. Nascimento explicou que apenas alguns pontos causam divergências entre os clubes e jogadores, como a data de cumprimento das medidas, que deveria ser janeiro de 2019, segundo a CBF, e janeiro de 2016, de acordo com o Bom Senso F.C.
A entidade que reúne jogadores com o objetivo de promover uma “reforma no futebol” alega que, alguns dias atrás, uma reunião com a CBF ocorrida no Rio de Janeiro acordou pontos consensuais entre os dois, que acabaram não sendo contemplados posteriormente pela confederação. Segundo Ricardo Borges, diretor executivo do Bom Senso F.C., a proposta enviada pela CBF “desconsidera muitos pontos” acordados entre os dois lados.
Segundo Antônio Nascimento, representantes do ministério não participaram dessa reunião. Para ele, cada uma das entidades pode trabalhar separadamente com os parlamentares para que as suas sugestões sejam acolhidas no projeto, que já foi aprovado em comissão especial e está pronto para ser votado no plenário da Câmara. Ele disse que os próximos passos do ministério serão conversar com a Casa Civil da Presidência para definir uma proposta do governo sobre o tema, mas frisou que esta será uma colaboração e que o Congresso é soberano para deliberar.
O secretário do ministério disse ainda que a participação do Bom Senso F.C., como representante de parte dos atletas, é fundamental, e é uma inovação muito boa. “Não tem bandido e mocinho nessa história. Isso [presença dos clubes e dos jogadores na negociação] nos ajuda a aprimorar o projeto evidentemente”, ressaltou Nascimento, complementando que ainda não há data para finalizar a posição do governo, mas que deve ocorrer o mais rápido possível. A CBF foi procurada pela Agência Brasil, para falar sobre o assunto. Mas, até a publicação desta reportagem, não respondeu ao contato feito. Da Agência Brasil.