O presidente do Congresso Renan Calheiros (PMDB-AL) teve de adiar para esta quarta-feira (3), a partir das 10 horas, a votação do projeto do Executivo que prevê mudanças nas regras do superávit primário – que vai desobrigar o governo de cumprir a meta atual (PLN 36/14). O projeto é prioridade para o governo. A sessão, que ocorria no início da noite desta terça-feira (2), foi interrompida depois de uma grande confusão entre manifestantes, congressistas e seguranças. As galerias foram tomadas por um grande protesto. Em determinado momento, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi interrompida durante seu discurso por gritos de “vagabunda”. Calheiros dediciu então pelo esvaziamento das galerias. Nesse momento, houve empurra-empurra entre manifestantes e seguranças.
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Segundo informações da Agência Câmara, a oposição questionou a sessão realizada na semana passada, cobrou discussão individual dos itens e pediu a abertura das galerias para manifestantes contrários à mudança no superávit. O deputado Felipe Maia (DEM-RN) pediu abertura das galerias para cerca de 40 manifestantes barrados. Renan Calheiros rebateu as críticas e disse que o acesso ao Plenário foi liberado por senhas segundo o tamanho de cada partido. “O que pedem é a partidarização das galerias, não é a democratização das galerias”, afirmou.
Das galerias, era possível ouvir durante a sessão muitos gritos, palmas e cantos A líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ), pediu a saída dos manifestantes depois que eles chamaram a senadora Vanessa Graziottin (PCdoB-AM) de “vagabunda” enquanto ela falava. “Numa sessão em que se debate política, não se admite que uma parlamentar seja chamada de vagabunda”, disse Jandira.
A meta de superavit esteve no centro da disputa. O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) criticou o decreto do governo que condiciona a liberação de recursos orçamentários à mudança na meta de economia do governo. O líder da Minoria, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), também criticou a alteração. “A oposição se preocupa com superavit e com gastos abusivos que saem pelo ralo da corrupção”, disse. Já o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), defendeu a política governista. Ele disse que os gastos foram necessários para aquecer a economia em um momento de crise. “Estamos no maior momento de geração de empregos, o menor nível de desemprego”, disse. Do Portal iG e com informações da Agência Câmara.