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Rui Costa negocia espaços e relação com os últimos secretários é adiada

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O governador eleito deve completar o secretariado nesta sexta-feira | FOTO: Divulgação |

Após o anúncio dos 14 secretários, o clima ainda é de muita expectativa para a divulgação dos dez nomes que faltam para compor o primeiro escalão do governador eleito Rui Costa (PT). Até a quinta à noite era intensa a negociação com os dirigentes de partidos aliados para a montagem da máquina administrativa, o que fez o petista adiar a divulgação. A perspectiva era a de alinhavar os espaços com as indicações partidárias. Devem ser anunciados, nessa sexta-feira, os titulares da Casa Civil, Administração, Agricultura, Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Rural, Desenvolvimento Urbano, Indústria e Comércio, Ciência, Tecnologia e Inovação, Turismo, Promoção da Igualdade Racial, Secretaria de Políticas para as Mulheres e Secretaria da Cultura.

Na conversa com as siglas, Rui teria cobrado nomes que pudessem aliar requisitos técnicos e políticos. Mas, essa última tem peso forte e os dirigentes das agremiações, embora não deixem claro, esperam contemplar os partidários nos cargos. Tal fato tem gerado ruídos e disputas internas, já que muitos enxergam nos espaços chances de visibilidade e poder. O PT, que endossou dois nomes dos já anunciados (Josias Gomes para Relações Institucionais e Geraldo Reis para Direitos Humanos e Desenvolvimento Social), quer sugerir mais quadros para lugares onde consideram ter influência e tradição.

O partido pode sugerir nomes para a Secretaria da Igualdade Racial (Sepromi), Secretaria de Políticas para as Mulheres e para a nova Secretaria de Desenvolvimento Rural. Para a última há burburinhos de que o deputado federal Valmir Assunção (PT) disputa com Jerônimo Rodrigues (PT), agrônomo que foi secretário-executivo do Ministério da Reforma Agrária e é irmão da ex-vereadora de Salvador Marta Rodrigues. Na pasta das Mulheres deve permanecer Lucia Alves, ex-dirigente do Movimento dos Sem Terra (MST), indicação de Valmir.

Oficialmente não estaria na cota do PT a Secretaria da Cultura (Secult), mas alguns nomes ligados ao partido estão sendo especulados, a exemplo do comunicólogo e cineasta Póla Ribeiro, que dirigiu o Irdeb – Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia, além de Emiliano José (PT), jornalista e ex-deputado federal. Além deles, cogita-se Fátima Froes, que é diretora da Fundação Pedro Calmon.

O PSD, que permaneceu com a Secretaria de Infraestrutura, tendo à frente Marcus Cavalvanti, também deve ser favorecido com outras indicações. Nos corredores foi especulado que o deputado estadual Ângelo Coronel (PSD), com fortes ligações com o líder pessedista, Otto Alencar, seria indicado para a pasta de Indústria e Comércio. Contudo, tal indicação seria questionada, já que haveria grandes chances de o atual secretário James Correia permanecer no cargo pelas relações construídas e ainda por ter capitaneado bem o financiamento da campanha petista no estado. Mais forte é a tendência de o PSD comandar o Desenbahia e a Bahia Farma.

O PDT é outro partido que ainda aguarda sua fatia no bolo do secretariado. Há informações de que Rui teria pedido um nome ao presidente estadual do partido, Félix Mendonça, para a pasta de Agricultura. Entre os cotados estariam a sua prima Fernanda Mendonça e Oziel Oliveira, que termina o mandato na Câmara dos Deputados. O impasse estaria centrado na aproximação cada vez mais evidente do PDT com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Os pedetistas estariam em negociação com o democrata para ocuparem uma pasta no município. Consta que Rui teria exigido fidelidade política como condição para o PDT dirigir uma estrutura.

Opiniões divididas
Nos bastidores, lideranças políticas do governo repercutiram a escolha dos auxiliares feita pelo governador Rui Costa (PT). Alguns aliados questionaram a permanência de secretários, a exemplo de Osvaldo Barreto na pasta de Educação, cargo que ocupa desde 2009, e Maurício Barbosa, na área de Segurança Pública. Consideraram negativa a falta de oxigenação, já que se trata de um novo governador, embora seja sucessor do atual Jaques Wagner (PT). Na Assembleia, alguns oposicionistas também ironizaram as definições.

O presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação, defendeu as escolhas de Rui. “Foram bons nomes. Uma cota grande de novos, mesmo sendo da mesma base. Respeitamos as críticas da oposição, mas não são legítimas. Não só eu acho isso, como a maioria da sociedade baiana que não deu a eles o direito de nomearem os novos secretários de governo”, cutucou, sem citar o que teria dito os aliados.

Ele disse que Rui ainda bateria o martelo sobre as outras participações do PT na gestão. “Ainda vamos conversar”, disse na quinta à noite. O senador diplomado, Otto Alencar (PSD), disse que Rui definiu “os nomes certos para os lugares certos”. Manteve aqueles que tiveram bom desempenho e compromisso, como Maurício Barbosa. Em time que está ganhando não se mexe, o que não quer dizer que aqueles que saíram não eram bons. Lembro de Jorge Solla, que fez um excelente trabalho”, frisou. Otto disse que manteve a indicação na Seinfra com o apoio dos deputados do PSD. Extraído da Tribuna da Bahia.

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