A bancada de oposição na Assembleia Legislativa mostrou-se indignada com o esvaziamento da sessão plenária desta segunda-feira, 16, por parte da bancada governista que não compareceu para o embate após as manifestações de domingo, que congregaram quase dois milhões de pessoas em todo o país, num histórico protesto contra o governo Dilma. Após pedir verificação de quórum na tentativa de derrubar a sessão, o petista Rosemberg recuou após os pedidos dos parlamentares de oposição para que retirasse a questão de ordem, o que fez apenas no tempo suficiente para responder as críticas dos oposicionistas. A sessão acabou caindo.
O líder da oposição, Sandro Régis (DEM), lembrou que a Casa Legislativa é a caixa de ressonância da sociedade, que espera dos parlamentares a continuação do debate para reverberar as suas insatisfações. “Essa não é uma segunda-feira igual às outras”, disse, reportando-se ao significativo recado dado pelos protestos. Mesmo lamentando a ausência dos governistas que fugiram do debate, o democrata fez críticas à presidente Dilma dizendo que a mesma não teve a humildade de escutar a voz que veio das ruas.
“A prova está na prepotência e na arrogância dos seus ministros que foram pra TV dizer que os milhares de manifestantes eram eleitores de Aécio”, frisou. Os deputados Adolfo Viana (PSDB) e Pablo Barrozo ( DEM), foram incisivos em seus discursos criticando duramente os escândalos da Petrobras e a postura do governo em minimizar os acontecimentos de domingo. “ O brasileiro está dizendo basta de corrupção e de mentiras”, disse Pablo Barrozo. frisando que ao querer restringir o debate entre o bem e o mal, pobre e rico, preto e branco, o governo divide e desrespeita a sociedade brasileira. “A oposição está vigilante e não vai arrefecer o debate”, avisou Adolfo Viana.