“A Assembleia Legislativa carimba hoje uma página negra na história política da Bahia”. Com essa frase, o líder da oposição na Alba, Sandro Régis (DEM), lamentou a aprovação do projeto do governo que reajusta o salário do funcionalismo estadual da forma como foi encaminhada pelo governo e que, segundo ele, não atende aos anseios da categoria. “A bancada de oposição lutou até o último instante para retirar o projeto de pauta, a fim de que fosse reavaliado pelo governo e retornasse com proposta mais justa para os servidores”, disse Sandro Régis, lembrando que a oposição apresentou emenda propondo pagamento do reajuste em parcela única de 6,41%, retroativa a janeiro, que é data base dos servidores, mas não foi aprovada.
“A oposição votou a favor dos servidores. A proposta do governo em parcelar o reajuste em duas vezes é inconstitucional e desrespeita a data base da categoria”, bradou, informando que cerca de 30 mil servidores estaduais vão receber, de março a novembro, abaixo do salário mínimo. “O que é uma ilegalidade”, reforçou. O tucano Adolfo Viana não poupou críticas aos deputados da base do governo e disse que ao aprovar o projeto, esses parlamentares massacraram os servidores públicos. Em discurso duro, Viana acusou os governistas de serem subservientes e defenderem os interesses do Executivo em detrimento das reais necessidades da sociedade. Referindo-se à minoria da oposição, Adolfo Viana foi categórico.
“Somos menor em quantidade, porém maior em moral, ética e comprometimento com a Bahia”. Ainda mais contundente, o deputado Targino Machado (DEM), fez questão de declarar seu voto contrário ao projeto e disse que a aprovação era resultado da escolha dos eleitores em pessoas erradas para representá-los. “O povo está votando errado”, insistiu, fazendo questão de concluir cantando a mesma música provocativa entoada na sessão de terça-feira: “Pagou com traição/ a quem sempre lhe deu a mão”. O deputado foi acompanhado em coro pelos servidores que lotavam a galeria da Casa e que durante a agitada sessão, não cansou de aplaudir os deputados oposicionistas.