O assassinato de um índio Tupinambá no município de Ilhéus, no sul baiano, impulsionou os debates sobre segurança pública no interior do estado. De acordo com o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), os conflitos por terra agravam a situação e vitimam agricultores, índios e assentados de reforma agrária. “Cobramos rigorosas investigações e que os criminosos sejam apresentados e punidos. Não podemos permitir que sigam com essa estratégia de assassinar quem luta pelos seus direitos. É preciso assumir o assunto e acelerar as investigações deste e de outros crimes contra camponeses e indígenas”, dispara Assunção.
O índio Adenilson da Silva Nascimento, conhecido por Pinduca, foi morto a tiros em uma emboscada, enquanto passeava com a esposa e três filhos. O crime ocorreu na noite da última sexta-feira (1º) e um protesto parou a BR-101, na segunda-feira (4), com manifestantes pedindo por justiça. A vítima era pai de 12 filhos e atuava na região como agente de saúde. Na emboscada, a esposa do indígena também foi baleada, mas não corre risco de morte.
“A região onde foi assassinado o índio fica próximo à divisa com Buerarema, uma região de conflitos entre índios e latifundiários, e não é o primeiro líder indígena que é brutalmente assassinado. Foram tantos disparos que a polícia técnica não conseguiu precisar os números de tiros. A comunidade Tupinambá mais uma vez vive o luto de um crime brutal envolvendo uma de suas lideranças”, salienta Valmir. O corpo do indígena Pinduca foi velado na Aldeia Itapoã, em Olivença, distrito de Ilhéus, e foi sepultado, no último domingo (3), no Cemitério Nossa Senhora da Escada.