Cerca de R$ 3 milhões foram destinados pela construtora Camargo Corrêa, entre 2011 e 2013, ao Instituto Lula e R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras Eventos e Publicidade, empresa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É a primeira vez que os negócios do petista aparecem nas investigações da operação Lava Jato. De acordo com informações do por iG Minas Gerais, o registro sobre o elo da empreiteira com Lula consta do laudo 1047 de 2015, da Polícia Federal, anexado nesta terça aos autos da investigação. O laudo tem 66 páginas e é subscrito pelo perito criminal federal Ivan Roberto Ferreira Pinto.
A perícia foi realizada na contabilidade da empreiteira no período em que recebeu R$ 2 bilhões da Petrobras. O documento mostra que a construtora repassou R$ 183 milhões em “doações de cunho político” – destinadas a candidaturas e partidos da situação e da oposição. O Instituto Lula, criado pelo ex-presidente após deixar o Planalto, em 2011, recebeu três pagamentos de R$ 1 milhão cada. No pagamentos à LILS, cujo endereço declarado é a própria residência de Lula, em São Bernardo do Campo, a empreiteira registrou os depósitos em conta corrente de R$ 337,5 mil em 26 setembro de 2011, de R$ 815 mil em 17 de dezembro de 2012, e de R$ 375,4 mil em 26 de julho de 2013.
Os valores são tratados pela empreiteira como “serviços de consultoria”. Dois executivos da Camargo, Dalton dos Santos Avancini e Eduardo Hermelino Leite, confessaram nos processos da Lava Jato, em acordo de delação premiada, que foram feitas doações eleitorais ao PT, após pedido do ex-tesoureiro João Vaccari Neto – preso desde abril, em Curitiba. Eles não citaram Lula. Da Agência Estado.