A comitiva de senadores brasileiros que foi à Venezuela para checar a situação institucional do país e as denúncias de violações às regras democráticas se encontraram na quarta-feira (24), pela manhã, com familiares das vítimas que morreram durante as manifestações ocorridas no país em 2014. Os integrantes do Comitê de Familiares das Vítimas das Guarimbas fizeram relatos dramáticos do episódio de violência que resultou na morte de 43 pessoas. Nesse primeiro encontro, os familiares das vítimas responsabilizaram líderes oposicionistas como Leopoldo López por incitar a violência. Após uma eleição com resultado apertado, cuja vitória foi do governo chavista de Nicolás Maduro, os líderes de oposição conclamaram a população a ir para as ruas e resistir ao resultado.
“Uma coisa fica clara depois das eleições, que foram apertadíssimas, com ânimos exaltados, alguns líderes da oposição conclamaram o povo à rua para que lá ficassem até a queda do regime. Isso provocou esse processo de violência, que levou à morte de 43 pessoas, inclusive de cinco estudantes que participavam diretamente das manifestaçõe, e a violência se estabeleceu. Como disse o comitê, a violência tem que ser apurada, e a violência policial também não foi uma exceção, como em qualquer lugar do mundo”, disse o senador Roberto Requião (PMDB-PR), para a reportagem da Agência Senado, após o encontro, ocorrido em um hotel da capital.
Após o primeiro compromisso, com as famílias das vítimas das guarimbas, foi a vez da comitiva se encontrar com as esposas dos líderes oposicionistas que estão presos, entre elas a mulher de Leopoldo López, Lilian Tintori. Ela fez um relato aos senadores brasileiros sobre os 30 dias de greve de fome do marido, que se encerraram na última segunda-feira (22), quando o governo venezuelano marcou a data das eleições parlamentares no país para o dia 6 de dezembro.
Além do agendamento das eleições, López reivindica a libertação de 75 presos políticos e o acompanhamento, por organismos internacionais, das denúncias de violações democráticas e de direitos humanos na Venezuela. Os senadores brasileiros se comprometeram a enviar ao país uma nova comissão do Senado, multipartidária, para acompanhar o andamento das eleições.
Há previsão de que os senadores tenham outros encontros, hoje, com representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e com o presidente do Poder Legislativo da Venezuela, Diosdado Cabello. A princípio, o retorno deles a Brasília está marcado para as 17h locais, 18h30, no Brasil, mas o horário pode ser alterado em razão de atrasos na agenda. Da Agência Brasil com informações da Agência Senado.