Indígenas, Midialivristas e Redes de Cultura de todo o Brasil vão poder concorrer, a partir desta sexta-feira (3), a R$ 13,428 milhões em três editais nacionais do Ministério da Cultura, que serão distribuídos entre 210 iniciativas para produção de conteúdo em sons, imagens, vídeos, textos, levantamentos de manifestações culturais e em rede e criação de pontos de cultura para diversas plataformas de divulgação.
Os editais são lançados pelo Minc, através da sua Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural, para fomento de iniciativas ligadas à Política Nacional de Cultura Viva. A Secretaria de Audiovisual do MinC é parceira em dois deles, um voltado para Pontos de Mídia Livre, que conta também com a participação do Ministério das Comunicações, e o outro dedicado à cultura indígena, que tem, ainda, a parceria da Funai (Fundação Nacional do Índio). O terceiro edital, para Redes Culturais Brasileiras, é totalmente tocado pela SCDC.
O lançamento dos editais ocorreu na noite da última quinta-feira (2), na sede da Funarte, em São Paulo e contou com a presença do Ministro da Cultura, Juca Ferreira; da Secretária da Cidadania e Diversidade Cultural, Ivana Bentes; do Secretário do Audiovisual, Pola Ribeiro; do Secretário Municipal de Cultura de São Paulo, Nabil Bonduki e do Presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, discorreu sobre cada um dos editais e a importância de políticas públicas para as áreas contempladas. Sobre o de mídia livre, Juca comentou que a comunicação é muito centralizada e unilateral. “Os interesses complexos da sociedade brasileira não são retratados. Ao reforçar a mídia livre, o que se faz é disseminar a produção de narrativa”.
Com relação às redes, Juca falou da preocupação permanente do MinC em estimular a atuação em rede: “Juntos somos muito mais fortes que isoladamente. Redes são fator de empoderamento. O objetivo”, afirmou, é “estimular as que já existem e possibilitar que outros possam fazer isso”. Quanto ao edital voltado à cultura indígena, o ministro falou de seu carinho e de sua importância na identidade brasileira. Lembrando as violências das quais os povos indígenas são vítimas, invasão e expulsão de terra, estupro de mulheres, destruição de riquezas naturais, Juca Ferreira afirmou que “a cultura é importante como parte da luta pela construção de um outro Brasil”. E enfatizou: “Não podemos permitir que o que há de pior na nossa sociedade possa destruir os povos indígenas brasileiros”.
A secretária da Cidadania e da Diversidade Cultural, Ivana Bentes, destacou alguns pontos importantes comuns aos três editais: reconhecimento das ações quem vêm sendo realizadas por essas áreas, estímulo a novas ações e, ainda, possibilidade de mapeamento das iniciativas, por parte do poder público, a partir das inscrições. “São três áreas estratégicas, para as quais queremos dar visibilidade”, destacou.
O secretário do audiovisual, Pola Ribeiro, comentou que “o débito da comunicação é muito grande em todo o Brasil, e leva à invisibilidade da maior parte da sociedade”. Segundo ele, as novas tecnologias romperam esse paradigma e, hoje, é possível que grupos se mostrem e se vejam representados em manifestações audiovisuais. As informações são do Ministério da Cultura.