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Solo do artista Thiago Romero vai percorrer dez casas de Axé de Salvador

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A estreia do espetáculo será dia 10 de julho (sexta), às 15h, no Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. A temporada segue até 25 de julho | FOTO: Andreia Magnoni |

O projeto Orí – Na Rota dos Orixás prevê a apresentação do solo Orí [o olho por onde eu vejo deus é o mesmo olho por onde ele me vê], do ator e diretor Thiago Romero em dez casas de Axé de Salvador. O espetáculo narra o processo de encontro da pessoa com o orixá, através de um diálogo poético com elementos que mesclam o tradicional e o contemporâneo. Romero assina o roteiro, a concepção, cenário e maquiagem do espetáculo e divide a direção com Georgenes Issac.

A estréia será dia 10 de julho (sexta-feira), 15h, no auditório do Centro Cultural do Parque São Bartolomeu, no Subúrbio Ferroviário de Salvador. A Rota segue durante o mês de julho, com apresentações gratuitas em casas de Axé, a maioria delas no Subúrbio Ferroviário. A temporada se encerra no dia 25 (sábado) no Terreiro do Gantois, na Federação.

Orí [o olho por onde eu vejo deus é o mesmo olho por onde ele me vê] é o terceiro solo de Thiago Romero. Busca inspiração no estudo dos itans da Mitologia dos Orixás se apoiando na figura do Yawô (filho de santo no candomblé já iniciado), para falar dos processos de encontro com o orixá e as relações do indivíduo com as religiões de matriz africana, estabelecendo relações entre corpo-espaço-tempo, conservando as simbologias mais marcantes de certos processos ritualísticos de iniciação do asé.

Utilizando a pesquisa do Teatro Documetário, o projeto fala sobre a memória afetiva, o diálogo da ancestralidade e o mundo contemporâneo através da poesia e força que estão presentes na cultura ancestral africana, das histórias comuns, de gente comum, resgatando oralidades diluídas, quase que apagadas de nossas memórias. Em 2014, Orí [o olho por onde eu vejo deus é o mesmo olho por onde ele me vê] teve duas temporadas no Teatro Gamboa e uma apresentação no Festival Latinoamericano de Teatro.

“O espetáculo promove um diálogo entre a ancestralidade africana e a contemporaneidade. Ao mesmo tempo que mostra o processo de encontro de uma pessoa com seu orixá, dentro do candomblé, o público verá projeções e música eletrônica. Queremos mostrar a beleza dessa religião de matriz africana”, destaca Romero. Para o artista, o projeto é um ato político e tem como objetivo descentralizar o teatro, expandir o circuito da arte.

A Rota
O projeto prevê dez apresentações do espetáculo Orí. A estreia será no Parque São Bartolomeu, considerado um local sagrado para as comunidades de terreiro, o Parque São Bartolomeu, localizado no Subúrbio Ferroviário de Salvador, possui um importante valor ambiental, religioso e histórico. Por isso, foi escolhido para dar início a Rota dos Orixás. Após a estreia, a rota segue pelas casas de Axé da cidade. “A Rota dos Orixás faz menção tanto a rota do indivíduo com sua ancestralidade, quanto a rota que iremos traçar nas casas de Axé”, explica Romero. [Confira abaixo o cronograma da Rota]

Sobre Thiago Romero
Nascido no Rio de Janeiro, mora em Salvador há oito anos. Desde 2004, dirige o grupo Teatro da Queda e há sete anos integra o Núcelo Afro Brasileiro de Alagoinhas – NATA. Thiago Romero é Romero é ator, diretor, arte educador figurinista, cenógrafo e graduado e licenciado em Artes (Historia da Arte) pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ. Trabalha há 16 anos trabalha como ator. Como diretor teatral, tem dez anos de estrada. Em 2015, recebeu o Prêmio Zebrinha de Pretas Artes, em reconhecimento ao seu trabalho de diretor de arte no NATA. Recebeu duas indicações ao Prêmio Braskem de Teatro (2012 e 2014): a primeira, na categoria melhor direção, com o espetáculo Breve Outono Inverno, pelo Teatro da Queda e a segunda, como melhor cenário, figurino e maquiagem, na categoria especial com o espetáculo Exú, a Boca do Universo, do NATA.

Como figurinista, maquiador e cenógrafo já trabalhou nos seguintes espetáculos: Siré Obá – A festa do Rei – direção Fernanda Júlia – 2008; SerTão Mar – direção Marcelo Jardim – 2009; Dias de Folia, a XVI montagem do Núcleo do TCA sob direção de Jacyan Castilho – 2010; Ogum Deus e Homem – direção Fernanda Júlia – 2010; Kaonge conta Zumbi – Direção: Thiago Romero e Ana Paula Bouzas – 2011; Show Pirigulino Babilake – direção Jarbas Bittencourt – 2012; Popoesia Papa Criança – Direção Fernanda Julia – 2012; Oyaci – A Filha de Oyá – Direção Fernanda Julia – 2012; Kanzuá “Nossa Casa” – Direção Fernanda Julia – 2014; Exu a Boca do Universo – Direção Fernanda Julia -2014 montagem do Núcleo do TCA.

CONFIRA O VÍDEO DO ESPETÁCULO

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