Na madrugada da segunda-feira (3), cerca de 2 mil trabalhadores e trabalhadoras ocuparam o Ministério da Fazenda em Brasília e em todos os estados ocorrem ocupações contra o ajuste fiscal no orçamento da reforma agrária. Na Bahia, além do Ministério da Fazenda, mais três Conabs foram ocupadas. As Conabs de Entre Rios, Ribeiro do Pombal e Itaberaba, estão ocupadas desde a madrugada desta segunda (3). Em Itaberaba, cinco regionais do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reivindicam contra o ajuste fiscal imposto pelo governo federal. As regionais do Extremo Sul, Sul, Baixo Sul, Sudoeste e Chapada Diamantina estão alinhadas com a mobilização nacional e a ocupação não tem prazo determinado para seu término.
Segundo Alexandre Conceição, coordenador nacional do MST, o Movimento volta a denunciar a paralisação da Reforma Agrária no país, com a realização de uma segunda Jornada de Lutas, contra o ajuste fiscal do governo, que cortou quase 50% dos recursos da Reforma Agrária. “O ajuste fiscal do governo federal ameaça estagnar ainda mais o processo da reforma agrária no país, pois sem orçamento não há como o governo cumprir o compromisso político, assumido no início deste ano de assentar 120 mil famílias Sem Terra acampadas no Brasil”, afirma o coordenador nacional do MST, Alexandre Conceição.
Leia também:
Governo anuncia compra de alimentos da agricultura familiar
MST ocupa prédio do Ministério da Fazenda em Salvador e três da Conab no interior
Brasília: Integrantes do MST ocupam Ministério da Fazenda
Chapada: MST ocupa prédio da Conab em Itaberaba para protestar contra cortes no orçamento federal
De acordo com informações do MST, a política econômica do governo federal coloca em risco a conquista de direitos dos trabalhadores, pois corta recursos financeiros da Reforma Agrária e da classe trabalhadora na ordem de R$1,7 bilhões, para seguir injetando dinheiro nas empresas estrangeiras e no agronegócio. Somente para o agronegócio foi disponibilizado R$ 187 bilhões, de recurso oriundo do Plano Safra deste ano. Um aumento de 20% no volume de recursos em relação à safra anterior, enquanto os recursos destinados para Reforma Agrária que eram de R$3,5 bilhões sofreram uma queda para R$1,8 bilhões.
Segundo Kelli Maffort, coordenadora nacional do MST, os cortes de investimento em setores fundamentais como educação e saúde, além dos cortes nas políticas sociais só atingem o setor mais pobre da população. “Não podemos ficar ao lado do ajuste fiscal, nosso compromisso é com o povo. Exigimos o assentamento de todas as famílias acampadas. Temos famílias que há mais de 10 anos estão debaixo da lona preta e que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio. É preciso que o governo elabore um plano de metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por ano, no período de 2016 a 2018”, ressalta a coordenadora nacional do MST, Kelli Maffort.
Confira mais imagens da ocupação em Itaberaba: