As afrodescendentes têm mais predisposição a desenvolver miomas uterinos, tumores benignos que acometem boa parte das mulheres em idade fértil. Embora ainda não exista explicação que justifique essa suscetibilidade, a recomendação é que as mulheres negras redobrem os cuidados em relação à doença, já que os miomas podem trazer consequências à saúde. Mulheres com histórico familiar, obesidade e sem filhos também são mais propensas a desenvolver tumores no útero.
“Apesar de serem benignos e, na maioria dos casos assintomáticos, os miomas podem causar complicações a depender do seu tamanho e localização. Eles podem causar compressão sobre a bexiga e o intestino, o que provoca desconforto urinário e constipação intestinal. Também causam aumento do volume do abdômen, abortamentos e até infertilidade”, explica o especialista em ginecologia e diretor médico do Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana (Ceparh), Jorge Valente.
Cólicas menstruais, fluxo menstrual intenso e dor durante o ato sexual são outros sintomas. “O sangramento intenso às vezes chega a causar anemia”, explica o médico. Existem quatro tipos diferentes de miomas, classificados de acordo com a região do útero onde eles se desenvolvem: subserosos, intramurais, submucosos e pediculados.
O médico Jorge Valente afirma que o tratamento indicado depende de uma série de fatores, como a localização do mioma, o tamanho, a quantidade de nódulos existentes e os sintomas. “O tratamento também deve levar em conta a idade da mulher e se ela ainda deseja engravidar”, acrescenta o especialista.
Dentre as técnicas cirúrgicas que podem ser usadas no tratamento, estão a videohisteroscopia, a videolaparoscopia ou até mesmo a histerectomia (retirada total ou parcial do útero). Existe ainda uma técnica chamada de embolização, que é consiste na oclusão das artérias que irrigam os miomas.