Preocupado em garantir a boa qualidade da água utilizada para o consumo diário de centenas de famílias baianas, o Governo da Bahia prepara uma rede de monitoramento para ‘medir’, em tempo real, a qualidade da água subterrânea em áreas já diagnosticadas como críticas, prioritariamente. A informação foi anunciada pelo secretário estadual do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, durante audiência pública realizada nesta terça-feira (20), na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O secretário adiantou que os recursos para colocar essa tecnologia em funcionamento devem vir através do Banco Mundial, somando cerca de US$ 1 milhão. O prazo estimado é que em um ano a Bahia disponha do sistema. O governo já tem uma rota prioritária para iniciar o monitoramento da água subterrânea na Bahia.
“Vamos começar pela região da Província Uranífera, que compreende o território de Lagoa Real, Caetité e Livramento de Nossa Senhora, justamente porque a gente precisa ter dados mais seguros para a tomada de decisões em relação ao abastecimento humano, dessedentação de animais e, até mesmo, para subsidiar o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] na tomada de decisão em relação ao licenciamento ambiental”, disse Spengler.
Ainda sobre a região, onde fica uma mina de urânio, o secretário apresentou informações referentes ao trabalho realizado até o momento. O foco especial é monitorar a área de exploração da mina. Assim, a equipe técnica do órgão ambiental da Bahia, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), estabeleceu uma área de atuação, onde estão implantados 23 poços. O Inema acompanha a qualidade da água nesses poços por coleta de amostragem. Spengler afirmou que o trabalho seguirá sendo aperfeiçoado.
O titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) ainda aproveitou a oportunidade para alertar que existem poços perfurados, sem qualquer autorização do poder público, e isso implica em riscos para a saúde da população que consome a água. A audiência pública reuniu representantes do Ibama, da sociedade civil, das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa instalada na região e que realiza exploração de urânio, e de deputados federais. A agenda foi motivada atendendo ao pedido do deputado Sarney Filho (Maranhão), da Comissão de Meio Ambiente.