O Todos pela Alfabetização (Topa) está ajudando a transformar a vida de pessoas que historicamente foram excluídas do processo educacional. O programa do Governo da Bahia – que já alfabetizou 1,3 milhão de baianos desde 2007 – tem proporcionado novas perspectivas de vida para pescadores, quilombolas, agricultores, pessoas da terceira idade e portadores de necessidades especiais que entraram nas salas de aula em 2015 e estão entre os 98 mil alfabetizandos em toda a Bahia. A ação é desenvolvida em parceria com as prefeituras e os movimentos sociais e sindicais.
Um exemplo de mudança, por meio do Topa, aconteceu na vida e na família de Neuza Moraes, tesoureira da Associação Urandiense dos Portadores de Necessidades Especiais. Ela revelou que a sua família, que tem seis membros com deficiência visual, incluindo ela, já foram beneficiados pelo programa, no município de Urandi, na região centro sul. “Aderimos ao Topa há três anos e, este ano, estamos atendemos a 150 alunos, todos com deficiências visual, auditiva e de fala. Só temos a agradecer pelo que este programa tem feito pela nossa população”.
A vice-presidente da Associação Melhor Idade, em Xique-Xique, no Vale do São Francisco, Cleonice Alves dos Santos, contou a experiência que o Topa vem realizando no município, onde, este ano, estão sendo alfabetizadas 292 alunos, distribuídos em 28 turmas, sendo a maioria na zona rural. “A maioria dos alfabetizandos é de ribeirinhas, incluindo 60 idosas da Associação”.
A Associação de Umbanda-Candomblé-Espírita de Itagi, no centro sul, é outra parceira do programa, que em 2015 está contribuindo com a alfabetização de 80 alunos, entre 50 e 70 anos de idade. “Já fui professor e coordenador do Topa na região e acompanhei de perto a trajetória do programa que tem contribuído muito para a autoestima das pessoas que nunca tinham escrito o seu nome e não liam nem a placa do ônibus. Hoje, a realidade mudou para elas, que, alfabetizadas ou em processo de se alfabetizarem, se sentem incluídas na sociedade e se mostram animadas a continuarem o processo educativo”, afirma o presidente da entidade, Marivan Santos.
Programa inclui pescadores e quilombolas
Outra entidade parceira do Topa é a Associação Beneficente de Pesca e Agricultura de Ituberá, no sul da Bahia, que este ano está contribuindo com a alfabetização de 50 pescadores e agricultores. “O Topa tem um significado muito grande para a nossa associação e seus membros porque, a partir deste programa, conseguimos dar uma nova perspectiva aos pescadores da nossa região de Ituberá”, afirma o presidente Domingos Conceição dos Santos. Os horários das aulas foram adaptados aos dos pescadores e o conteúdo trabalhado de acordo com a realidade deles.
A Associação dos Agricultores Familiares Remanescentes de Quilombolas de Lagoinha, distrito do município de Nova Canãa, no centro sul, também parceira do programa, está contribuindo com a alfabetização de 25 turmas, com cerca de 200 agricultores familiares remanescentes de quilombolas. Romilce Rodrigues, além de representar a associação, é coordenadora do Topa em Lagoinha e fala sobre os benefícios do programa para a comunidade, que “vem sendo abraçado por toda a sociedade. Só assim iremos garantir o direito à alfabetização a todos. Ao mesmo tempo, realizamos com elas um trabalho de valorização da história das tradições quilombolas”.