O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), contou com a ajuda de três deputados baianos em sua tentativa de se livrar de processo no Conselho de Ética da Casa. Mas não foi o suficiente. O relatório do deputado Marcos Rogério (PDT) foi aprovado por 11 votos favoráveis e nove contra. Entre esses nove que tentaram dar um fim ao processo contra o peemedebista estão os baianos Cacá Leão (PR) – à esquerda, João Bacelar (PR) – no centro e Erivelton Santana (PSC) à direita. Apontado em Brasília como integrante da ‘tropa de choque’ de Cunha no conselho, João Carlos Bacelar questionou quem eram as pessoas que dirigiam críticas a ele por ter votado contra o relatório que pedia a continuidade do processo.
“A rede social tem que criticar a quem ela votou. Não recebi nenhuma crítica de prefeito ou liderança minha e de nenhum votante meu. Fui contra o relatório porque o mesmo era totalmente inconstitucional e será anulado, pelo que vi aqui na CCJ [Comissão de Constituição e Justiça]. Não foi visto, não foi debatido, não permitiram pedido de vista, isso é totalmente inconstitucional”, disse o deputado ao jornal Tribuna da Bahia.
Cáca Leão disse que votou contra a admissibilidade do relatório porque não teve tempo suficiente para conhecer o conteúdo do documento elaborado anteriormente pelo deputado Fausto Pinato (PRB) e complementado posteriormente por Marcos Rogério. “O que aconteceu foi um atropelo. O regimento foi atropelado durante o trabalho da comissão e a gente, eu mesmo, não tive condição de ler com calma o relatório do deputado Marcos Rogério”.
“Intenção não era beneficiar”
Cacá Leão ainda ressaltou que seu voto não foi com o objetivo de beneficiar Cunha e que a decisão de Araújo em não acatar pedidos de vistas é que acabou favorecendo o peemedebista. “Eu sempre me pautei assim. Não dá para votar uma peça que você não conhece, só pelo ‘ouvi falar’, pela pressão externa que está acontecendo nas ruas. Não tive tempo, acho que não teve tempo hábil, deveria ter concedido o pedido de vistas ao relatório para que os deputados pudessem ter a oportunidade de conversarem e se posicionarem. [Negar pedido de vistas] Vai dar a ele a oportunidade de recorrer, de fazer recursos e de conseguir protelar ainda mais o processo”.
Entre os baianos que tiveram direito ao voto no Conselho de Ética, apenas Paulo Azi, do DEM, votou pela continuidade do processo contra o peemedebista. “Desde o início do processo, eu deixei claro meu posicionamento pela abertura do processo de cassação. Agora, Cunha terá a oportunidade de apresentar sua defesa. Não poderíamos nos furtar a dar essa satisfação à sociedade brasileira, que cobra ética e transparência nas nossas atitudes”, justificou Azi. As informações foram extraídas do Brasil 247/Bahia.