As usinas termelétricas que têm alto custo de geração de energia (superior a R$ 600 por megawatt/hora) não serão mais utilizadas de forma contínua no Nordeste. Os membros do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) avaliam que o risco de desabastecimento na região com ou sem essa energia mais cara é zero.
A decisão de dispensar as térmicas foi tomada em agosto de 2015 e, segundo o Ministério de Minas e Energia, gerou economia de R$ 5,5 bilhões entre agosto e dezembro do ano passado. As térmicas de Custo Variável Unitário (CVU) mais caro (que usam diesel, petróleo e gás, por exemplo) funcionaram de forma contínua durante todo o primeiro semestre de 2015 como forma de suprir a deficiência de outras usinas, sobretudo as hidrelétricas ao longo do Rio São Francisco.
Mesmo com a geração das hidrelétricas reduzida (Sobradinho, por exemplo, vem gerando o equivalente a um sexto de sua capacidade instalada), o comitê verificou que o Nordeste seguirá sem risco de desabastecimento de energia graças à expansão da geração de energia eólica, à presença de térmicas de base (que ficam ligadas continuamente e têm CVU menor) e à importação de energia das regiões Centro-Sul e Norte.
As térmicas de custo mais alto, ainda que não usadas de forma contínua, estão disponíveis para suprir alguma necessidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), como substituir térmicas em manutenção e dar suporte em horários de pico. O uso dessa forma, por exemplo foi responsável por cerca de 2% de toda a energia termelétrica gerada de 3 a 13 de janeiro. O ministério esclarece que esse índice não influencia nas bandeiras tarifárias.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reúne mensalmente e é formado por representantes do Ministério de Minas e Energia, do Operador Nacional do Sistema, das agências nacionais de Energia Elétrica e do Petróleo, da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e da Empresa de Pesquisa Energética. Da Agência Brasil.