O Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, através do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), entregou, na manhã desta terça-feira (15), os certificados de conclusão do curso de tratador de animais oferecido aos detentos da unidade prisional Lafayete Coutinho. Durante os ensinamentos, que aconteceram em três datas do mês de fevereiro, 18 presidiários de regime semiaberto puderam aprofundar conhecimentos sobre o manejo de espécies silvestres.
Referência em Educação Ambiental, o Zoológico de Salvador sempre realizou trabalhos de sensibilização ambiental com crianças, adultos e idosos, mas esta foi primeira vez que o Parque buscou proporcionar esses ensinamentos dentre de um presídio. O veterinário e um dos ministradores do curso, Vinícius Dantas, exaltou a idealização, afirmando que foi uma das mais importantes da história do próprio Zoo.
“O curso é de importância social grande. É a primeira realização deste sentido que o Zoológico executa. Esperamos agora que esse curso crie uma mudança interior e social dentre deles. Você ter a oportunidade de trabalhar com pessoas e tentar fazer uma reintrodução social é fantástico. Fazer isso através da atividade do Zoo, que é de conservação e proteção de fauna, é melhor ainda”, disse o veterinário, que teve como parceiro de ensinamentos o técnico em herpetologia Thiago Nilo.
A unidade prisional tem 474 detentos em suas instalações, e oferece aos mesmos trabalhos internos para a reintrodução social. Além disso, cursos como o que foi ministrado pelo Jardim Zoológico, também fazem parte da rotina local. É o que explica o diretor do Lafayete Coutinho, José Nilton Santos. “Uma unidade de regime semiaberto necessita desses tipos de projetos, cursos e atividades elaborais. Pois tudo isso faz com que os internos tenham perspectiva e oportunidade no mercado de trabalho, já que eles têm essa mancha criminal”, relatou o diretor.
Coordenadora de Ações Estratégicas do Inema, Lílian Ferraz fez um balanço positivo deste projeto de reintrodução. “Foi uma experiência muito gratificante. Ver a questão da política pública sendo pensada pelo governo na questão da ressocialização e a gente poder contribuir na execução, capacitando pessoas que poderão ter uma segunda chance no mercado de trabalho e refazer as suas vidas é louvável”, afirmou Ferraz. Dentro do Lafayete Coutinho, atividades de plantio e limpeza, por exemplo, são oferecidas para que os detentos, além de terem uma profissão, possam diminuir a sua pena. As informações são do Inema.