O presidente do PMDB gaúcho, Ibsen Pinheiro, afirmou que a presidente Dilma Rousseff não será destituída no processo de impeachment contra ela em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo da última segunda-feira (28). Pinheiro defende o afastamento de seu partido do governo petista. Ibsen era o presidente da Câmara dos Deputados durante o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor. “Naquela ocasião (1992), aritmeticamente, a aprovação (contra Collor) não foi unânime. Mas politicamente foi. Só votaram com Collor uns 30 e poucos parlamentares, por lealdade pessoal, sabendo do resultado. Hoje eu não diria que o resultado já é conhecido. Até me arrisco a uma previsão: a votação vai ser apertada, mas o impeachment não passa. Se for preciso contar votos, acho que dois terços é impossível. Acho pouco provável chegar a 342 favoráveis”, argumenta Pinheiro.
Para ele, a presidente Dilma não precisa de 172 votos no Plenário para barrar o impeachment, como vem sendo contabilizado, já que, segundo ele, “estarão a favor do governo os votos contra o impeachment, os votos de abstenção e as ausências”. “Se for 341 a zero, o impeachment não passou. A ausência é uma posição contra o impeachment. Tem que somar o voto ‘não’ à ausência e à abstenção. É possível que um deputado que não queira votar não, por causa da opinião pública, não compareça. Para o impeachment não passar o governo só precisa que não chegue a 342 votos favoráveis. Só disso”, disse o peemedebista.
À época em que presidiu a Câmara, Ibsen Pinheiro disse, ao votar pelo impeachment de Collor, que “O que o povo quer, esta casa acaba querendo”. Hoje, porém, ele assegura que o cenário é diferente, já que “falta o sentimento de unanimidade”. Dilma ainda possui apoio de diversos setores da sociedade, justifica o ex-deputado. “O impeachment é amplamente majoritário no sentimento popular, mas não posso concluir que é unânime. Ao contrário do Collor, Dilma tem apoio de um partido que tem base social e inserções nos movimentos sociais, sindicatos, em alguns segmentos intelectuais.”, afirma Ibsen. Com informações do Jornal do Brasil.