O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai ser convocado a prestar esclarecimentos à CPI do Carf. Em requerimento de sua autoria, aprovado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Conselho Administrativo de Recursos fiscais, o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), membro titular, justifica a iniciativa, alegando que o ex-auxiliar da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula foi o autor da nomeação de conselheiros do Carf que estão sob suspeição, conforme aponta a Operação Zelotes da Polícia Federal, que investiga um dos maiores escândalos de sonegação fiscal da história.
“Por ter nomeado conselheiros suspeitos para o Carf, faz-se imprescindível que o ex-ministro Mantega preste esclarecimentos a esta CPI”, afirma o parlamentar da Bahia. No requerimento apresentado por Aleluia, é citada reportagem publicada na imprensa nacional, na qual se descreve uma possível manobra do ex-auxiliar de Dilma de nomear para o Carf os conselheiros Valmor Fonseca de Menezes e José Ricardo da Silva, investigados pela Operação Zelotes, com o objetivo de satisfazer interesses pessoais de um empresário amigo.
Objeto da CPI, o esquema de compra de decisões do CARF por verdadeiras quadrilhas que atuavam junto ao órgão revertia ou até mesmo anulava multas aplicadas pela Receita Federal. Estão sob suspeita 74 processos que somam R$ 19 bilhões em valores devidos ao fisco. Segundo a Operação Zelotes, as quadrilhas, que eram formadas por conselheiros, ex-conselheiros e servidores públicos, usavam o acesso privilegiado a informações que tinham para identificar “clientes”, contatados por meio de “captadores”, que poderiam ser empresas de lobby, consultorias ou escritórios de advocacia.