O Partido Progressista (PP) está dividido na Câmara Federal a respeito da permanência da legenda na base do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O racha também se refere ao posicionamento do partido no caso do processo do impeachment da dirigente petista em tramitação no Legislativo. Anteontem, deputados e senadores do PP reuniram-se por cerca de duas horas e decidiram esperar uma decisão da comissão especial que analisa o pedido de impeachment para convocar o diretório nacional do partido e definir sobre a permanência ou não na base aliada ao governo.
A expectativa é que o partido se reúna nos dias 11 e 12 para deliberar sobre o tema. Na Bahia, segundo Cacá Leão, deputado federal que chegou a disputar o posto de líder da bancada na Câmara recentemente, os quatros parlamentares, inclusive ele, estão fechados com o governo. De acordo com o pepista, dentro da bancada federal há um movimento majoritário capaz de decidir pela permanência na base petista.
“A oposição dentro do partido conseguiu o número de assinaturas para convocar a reunião do diretório. Hoje, a maioria tem força para permanecer com o governo”, garantiu Cacá Leão em recente entrevista à Tribuna. “Nossa bancada se reuniu com o governador Rui Costa e a gente deve votar pela manutenção da aliança. Se a votação fosse hoje, a gente ganharia. Mas como em política tudo pode mudar, amanhã ninguém sabe”, ponderou o parlamentar, ressaltando que o governo Dilma apresentou melhoras na interlocução com a chegada do ex-governador da Bahia no comando da Casa Civil: “O ministro Wagner trouxe a força que estava faltando”.
Além de Leão, integram a bancada baiana do PP o deputado Roberto Britto, Mário Negromonte Júnior e Ronaldo Carletto. Para Britto, “não há razões para o afastamento da presidente”. O posicionamento do congressista ocorreu durante o encontro dos parlamentares pepistas em Brasília. “Mesmo que o impeachment seja um instrumento previsto na Constituição, o alegado crime de responsabilidade não ficou configurado, portanto será uma violência afastá-la do cargo. Além do mais, o que ela fez foi feito por vários outros governantes. Não é justo que apenas a presidente seja penalizada”, argumentou Roberto Britto.
Apesar de defender a continuidade na base de Dilma, o deputado fez ressalva. “Só mudarei de opinião se o partido fechar questão pelo impeachment”, ponderou. A reportagem tentou ouvir ainda Mário Negromonte Júnior e Carletto, mas as ligações não foram atendidas durante a tarde de ontem. O presidente do PP na Bahia, João Leão, vice-governador da Bahia, não foi localizado na vice-governadoria. As informações são da Tribuna da Bahia.