Após a fala do jurista Miguel Reale Júnior e do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que reforçaram argumentos da acusação e da defesa da presidenta Dilma Rousseff respectivamente, o deputado Zé Geraldo (PT-PA), foi o primeiro a defender o governo durante o tempo destinado às lideranças dos partidos que foi dividido entre os parlamentares. O deputado destacou que o próximo domingo (17), quando a admissibilidade do processo de impeachment será votado no plenário da Câmara dos Deputados, será “o pior domingo” da sua vida. Ele classificou o processo de impeachment de ilegal e imoral e afirmou que o povo brasileiro clama por “justiça contra a corrupção”. Assim como fez o advogado-geral da União, Zé Geraldo acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de tentar chantagear deputados para que processo contra ele no Conselho de Ética da Casa não prosperasse.
Outro deputado petista, Luiz Sérgio (RJ) disse que a opção que está posta é entre a democracia e o golpe. Ele considerou que a crise financeira é resultado da crise política, criada por aqueles que “não quiseram aceitar o resultado das urnas”. Luiz Sérgio disse ainda que quem não foi “legitimado nas urnas” não vai ter autoridade moral para conduzir a sociedade brasileira. “Vai ser o aprofundamento da crise”, destacou. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) ressaltou que o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff é uma “farsa”, segundo ele, comandada por um “réu”, que está “livre, leve e solto” que é o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Oposição
Do lado da oposição, o deputado Augusto Coutinho (SD-PE) disse que o “impeachment não é golpe, mas uma “obrigação republicana”. Ele acusou o governo de ser “perdulário e corrupto”. O deputado Pauderney Avelino (AM), líder do DEM, disse que os parlamentares de seu partido estão convencidos de que o Brasil está numa encruzilhada: “O povo brasileiro não aguenta mais essa corrupção sistêmica instaurada no governo do PT”, disse acrescentando que a Petrobras está “sendo devastada”. Pauderney Avelino disse ainda que o governo agiu de forma irresponsável e mentiu para o povo: “Agora só nos resta fazer justiça, buscar uma solução, que é o impeachment”.
Ainda em defesa do impeachment, o deputado Paulo Foletto (PSB-ES) criticou a crise na economia e na saúde. Outro a falar a favor do impedimento foi Dirceu Sperafico (PP-PR). Ele defendeu um novo governo para melhorar as condições do país: “Esse governo não existe mais. Precisamos de um governo mais enxuto que esteja olhando para os problemas da sáude e da educação”, disse. Após o tempo dedicado às lideranças, cada um dos 25 partidos da Casa terá uma hora para defender suas posições. Da Agência Brasil.
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