A cusparada que o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) deu em direção de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do encaminhamento do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff terá uma representação que o PSC promete encaminhar ao presidente do Conselho de Ética da Câmara, o deputado baiano José Carlos Araújo (PR). Conforme declaração de Araújo nesta segunda-feira (18), ele dará andamento à representação como outra qualquer que lhe fosse enviada. “Estou esperando PSC entrar com a representação. Temos que respeitar o regimento. Quando chegar, grave ou não, eu tenho que dar andamento. Não posso segurar”, disse Araújo ao Bahia Notícias.
Ainda de acordo com o presidente do Conselho de Ética, Wyllys “é reincidente” em processos no colegiado. No final de 2015, o deputado João Rodrigues (PSD-SC), após um bate-boca, representou contra Wyllys, que foi absolvido do processo. No episódio com Bolsonaro, o deputado afirma que reagiu depois de ter sido chamado de “veado” pelo parlamentar que exalta a ditadura militar e é considerado homofóbico.
PSC Nacional
O PSC Nacional vai encaminhar, até a próxima semana, ao Conselho de Ética da Câmara representação contra o deputado Jean Wyllys. Assessores do partido explicaram que, com o feriado, muitos parlamentares já não estão em Brasília, mas que o documento está sendo elaborado. A expectativa não é pela cassação do mandato de Wyllys, mas o PSC espera “alguma reprimenda” por considerar que o parlamentar não teve “comportamento adequado” no plenário da Casa.
“Qualquer ato de violência precisa ser reprimido, esta é a convicção do partido. Que isto seja uma medida didática e lúdica”, completou um dos assessores da legenda. Wyllys disse ter sido insultado por Bolsonaro que, segundo ele, ainda tentou agarrar seu braço. Acrescentou que não tem medo de processo por quebra de decoro parlamentar e que cuspiria no colega novamente.
Brilihante Ustra
Perguntados pela Agência Brasil sobre a homenagem prestada por Bolsonaro, durante o voto a favor do impeachment, ao coronel Brilhante Ustra, funcionários do PSC explicaram que a legenda é democrática e “costuma conceder aos deputados muita liberdade de expressão, mas não necessariamente endossa as opiniões”. Desde a votação, o partido não se reuniu para discutir a declaração de Bolsonaro exaltando o ex-chefe-comandante do Destacamento de Operações Internas (DOI-Codi) de São Paulo no período de 1970 a 1974, acusado de torturar diversas pessoas, incluindo a presidenta Dilma Rousseff. Em maio de 2013, na Comissão Nacional da Verdade, Ustra negou que tivesse cometido qualquer crime durante seu período no comando do DOI-Codi. Com informações da Agência Brasil.