O desafio da comercialização dos diversos produtos oriundos das Cooperativas da Agricultura Familiar existente no Semiárido baiano, a partir de agora será assumido pela Central da Caatinga, que terá sede em Juazeiro, na Av. das Nações, e contará com vitrine de mostra de produtos que podem ser fornecidos pelas Cooperativas filiadas à Central. A Central da Caatinga é uma nova organização que nasce a partir da Rede Sabor Natural do Sertão (RSNS). Há cerca de 10 anos, a Rede já reúne muitos empreendimentos que trabalham com produtos de base familiar e com a economia solidária, mas percebeu-se a necessidade de ampliar a atenção para a comercialização desses produtos.
A Central da Caatinga foi o nome atribuído ao conjunto de, inicialmente, 10 Cooperativas que garantem se empenhar em fortalecer os mercados para suas produções, bem como contribuir com o fortalecimento de outros grupos a partir de um trabalho em rede, preocupando-se com a agregação de valor aos produtos e a preservação do meio ambiente, fonte principal das matérias-primas.
A assembleia de formalização da Central aconteceu na semana de realização do 8º Festival do Umbu, em Uauá, com a participação de Cooperativas dos municípios de Monte Santo, Tucano, Capim Grosso, Manoel Vitorino, Sobradinho, além de Curaçá, Uauá e Canudos. Esses grupos trabalham com produtos originados do umbu e outras frutas nativas ou adaptadas à região, peixe, banana, licuri e mel e atualmente a Central da Caatinga envolve quatro Territórios de Identidade da Bahia.
Histórico
Foi a ousadia das mulheres de comunidades rurais de Uauá, Curaçá e Canudos, que motivou a experiência do beneficiamento do umbu e outras plantas da Caatinga no norte do sertão baiano. Isso começou a ganhar corpo na década de 1990 e de lá para cá só tem crescido a quantidade de grupos e cooperativas que se dedicam a buscar na Caatinga a geração de renda aliada à preservação da mesma, a exemplo da Coopercuc, que hoje possui uma diversidade de produtos comercializados na região, em outros lugares do Brasil e até mesmo no exterior.
A experiência da Cooperativa, que possui Unidades de Beneficiamento na área rural dos municípios, “replicou para vários outros contextos, outras regiões e vários outros grupos surgiram a partir da Coopercuc”, reconhece Egnaldo Xavier, ex-técnico da Cooperativa e atualmente membro da CAR (Companhia de Ação Regional), ligada à Secretária de Desenvolvimento Rural da Bahia.
Atualmente, muitos desses grupos compõem a RSNS e escoam seus produtos no comércio local, vendem para os governos através dos Programas de Aquisição de Alimentos – PAA e Programa Nacional de Alimentação Escolas – PNAE, exportam para outros países ou vendem em eventos como feiras e exposições. A produção varia desde doces, sucos, artesanatos, até cachaça, cerveja e alimentos que podem integrar qualquer refeição.