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#Especial: Chapada Diamantina revela potencial para turismo diversificado que atrai milhares de visitantes

O stand up paddle é o esporte que mais cresce na Chapada, muito praticado nas águas do Pantanal Marimbus | FOTO: Reprodução/Bruno Graciano |

A Chapada Diamantina é, de fato, o coração de ouro da Bahia. Há 200 anos, saía desta região toneladas de ouro e diamante para a Europa e para o mundo, gerando uma riqueza como nunca mais se viu. Hoje, o tesouro da Chapada, área formada por dezenas de municípios e com quase 40 mil km², é seu incomparável patrimônio natural, humano e arquitetônico. Considerada um oásis em pleno sertão nordestino, com temperaturas amenas e reduto para diversas nascentes, a região foi desenhada ao longo de 1,6 bilhões de anos, quando as chuvas, os ventos e os rios esculpiram as rochas, criando vales e montanhas. Não é à toa que essa região é um dos principais destinos ecoturísticos do país, tendo, também, grande repercussão no turismo internacional.

Toda essa diversidade – fruto de uma história garimpeira, de uma privilegiada geomorfologia, repleta de cânions, montanhas, cachoeiras, cavernas e as chapadas, propriamente ditas, além de uma fauna e flora de riqueza ímpar – alimenta diferentes tipos de turismo. A Chapada Diamantina recebe milhares de visitantes a cada ano, que querem conhecer suas belezas naturais, sua cultura, arquitetura, gastronomia, e que também buscam se aventurar na prática de esportes radicais, em um cenário de tirar o fôlego.

Os turistas podem optar por uma prática mais radical, como a tirolesa na Pratinha, no Parque Espeleológico de Iraquara, | FOTO: Reprodução/Tatiana Azeviche |

A psicóloga Laura Côrtes, conta como foi a experiência de conhecer a Chapada Diamantina. “A Chapada é pura energia e emoção! Faz a nossa vida ter mais sentido, cheguei à conclusão de que não somos nada diante da natureza e da beleza que ela proporciona. Já conheci alguns pontos turísticos como as Cachoeiras da Fumaça, do Buracão, Funis, Cachoeirão, a Pratinha, os poços Azul e Encantado, todos encantadores. Mas a Chapada é imensa e há muito para visitar, tem vários lugares quero retornar também”.

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Uma das mais extensas zonas turísticas da Bahia, a Chapada Diamantina é dividida em três circuitos: o do Diamante – o mais conhecido; o do Ouro ou Chapada Sul; e o da Chapada Norte. O Circuito do Diamante abriga o Parque Nacional da Chapada Diamantina (PNCD), segundo maior parque nacional do Brasil, ele é o guardião de 152 mil hectares de riquezas naturais, e pode ser acessado por mais de 30 trilhas dispersas nos municípios de Andaraí, Ibicoara, Itaetê, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. No próprio Parque, por exemplo, ocorrem regiões com 480m de altitude que contrastam com picos de mais de 1700m. Fora do Parque, na Chapada Sul, estão os três picos mais altos do Nordeste: o do Barbado (2.033m), do Itobira (1.970 m) e das Almas, com 1.958 m.

Rapel na Cachoeira Véu Noiva em Itaitu, no município de Jacobina | FOTO: Rita Barreto/Setur |

A Chapada também entra no pódio com a segunda mais alta queda d’água do país com 340 metros de altitude, a Cachoeira da Fumaça, que fica no município de Palmeiras, com trilha pelo Vale do Capão. Para quem gosta de boas caminhadas, vale a pena percorrer as trilhas e conhecer o Vale do Pati, que fica localizado entre os municípios de Andaraí e Mucugê, e possui três vias principais de acesso: Vale do Capão, Guiné e Andaraí. Esta é uma das trilhas mais procuradas, que possui caminhadas em extensas áreas planas, com alguns momentos de subidas e descidas íngremes e passagens por leitos de rios e pernoite nas casas de moradores, famosos por receber com gentileza e boa conversa.

No Pati, o trilheiro se depara com morros deslumbrantes e enormes, como o do Castelo, rios magníficos e cachoeiras exuberantes, como o Cachoeirão, que fazem compreender e admirar a magnitude da natureza local. “A trilha é considerada a terceira mais cobiçada do mundo perdendo apenas para Machu Picchu, no Peru, e o Caminho de Santiago, na Espanha”, salienta o presidente dos Combatentes de Incêndios Florestais de Andaraí (Cifa), Homero Vieira.

Pico do Itobira, segundo maior do Nordeste, visto do alto do Pico do Barbado (mais alto pico nordestino) | FOTO: Leonardo Parente |

Turismo de aventura
A recente melhora da infraestrutura turística, a abertura de hotéis de elevado padrão e a construção de um aeroporto, em Tanquinho de Lençóis, facilitou a atuação de empresas de turismo mais receptivo e diverso. Referência no turismo de aventura no Brasil, a Chapada Diamantina é destino de esportistas que praticam escaladas, off-road, cavalgada, rapel, canoagem, mountain bike, tirolesa, trekking, rafting, arvorismo, bungee-jump, cavejump, cascading, canyoning, mergulho em cavernas, voo livre, balonismo, ultraleve, caiaque, dentre outros. É sempre bom lembrar que essas atividades são possíveis na região, com guias e orientação para cada um desses esportes.

O município de Jacobina, na Chapada Norte, já é bastante frequentado por esportistas radicais e ligados à natureza, que fazem motocross, rapel, trekking, e, recentemente, tem atraído praticantes de parapente e asa delta, com a nova rampa de voo livre, que tem recorde de distância entre a decolagem e o pouso: 265km. Poços e grutas também são alvos dos praticantes de esportes como tirolesa, canoagem e mergulho. É o caso do Poço Azul (Nova Redenção) e da Gruta da Pratinha (Iraquara). Mas é o stand up paddle (Sup) o esporte que mais cresce na Chapada, sendo muito praticado no Pantanal Marimbus (Lençóis/Andaraí), na área da Comunidade Quilombola de Remanso.

A Chapada Diamantina tem potencialidades turísticas variadas, com roteiros culturais, étnicos, históricos, gastronômicos, fluviais, arqueológicos, arquitetônico, de eventos, ecológicos e rurais. Acompanhe no Portal do Jornal da Chapada a sequência desta matéria, uma série que preparamos sobre o turismo na Chapada Diamantina.

Cachoeira da Raposa, no povoado que tem se destacado com o turismo rural em Iramaia | FOTO: Flávio Marçal |

Turismo rural
Com hospedagem rural, passeio a cavalo na Estrada Real e uma arquitetura rural típica do século XVII, o povoado da Raposa – encravado no meio da Serra do Sincorá, na divisa dos municípios de Iramaia e Ibicoara, possui 26 cachoeiras, a maioria pouco explorada. Segundo o guia e morador da Raposa, Flávio Marçal, “aqui é tudo novo aos olhos do turismo regional. Eu ajudei a semear a semente e ela está germinando. O município não possui Secretaria de Turismo, mas Raposa possui um povo hospitaleiro e amigo. Agora estamos formando uma associação de guias”.

Acompanhe no Jornal da Chapada a sequência desta matéria, com uma série que reproduzimos do Blog Venturas sobre o turismo na Chapada Diamantina.

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